Dezenas de estudantes da Universidade Chinesa de Hong Kong (CUHK) desafiaram, nesta quinta-feira (19), a lei de segurança nacional imposta por Pequim em junho passado, após meses de enormes protestos no território semiautônomo.

“Façam a revolução, libertem Hong Kong!”, “Uma saída, Hong Kong independente!”, entoaram os alunos entre vários outros slogans como parte de uma cerimônia de formatura improvisada, observou um jornalista da AFP.

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São as mesmas palavras de ordem que ressoaram durante as grandes manifestações de 2019, declaradas ilegais pela nova lei de segurança nacional, que prevê penas que podem chegar à prisão perpétua.

Além disso, os alunos cantaram “Glory to Hong Kong”, música proibida por essa nova lei.

A universidade, que em 2019 foi palco de confrontos por vezes violentos entre estudantes e policiais de choque, disse em nota que pichações foram feitas em vários locais e que denunciou à polícia.

“Meu maior desejo no dia da minha formatura é a queda do Partido Comunista Chinês (PCC)”, disse um dos estudantes, que se identificou como Wong, de 22 anos, à AFP.

“Para ser sincera, acho que o movimento já terminou”, destacou outra aluna que disse se chamar Amanda. “As pessoas terão que se reunir novamente e voltar à frente”, acrescentou.

As autoridades chinesas alegaram que a nova lei de segurança afetará apenas “uma pequena minoria” de pessoas, mas que algumas opiniões se tornaram ilegais, e isso ajudou a pôr fim ao amplo movimento de protesto.

Esta lei de segurança foi aprovada sem passar pelo Parlamento do território semiautônomo. Os críticos desse texto acreditam que ele compromete gravemente as liberdades garantidas desde seu retrocesso à China, em 1997.

Após a imensa mobilização de 2019, Pequim lançou um forte controle sobre a ex-colônia britânica.