Rio, 10 – O estoque de produtos agrícolas no País totalizou 28,0 milhões de toneladas em 31 de dezembro de 2020, segundo a Pesquisa de Estoques divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo período de 2019, houve alta de 5,7%.

O milho representou o maior volume estocado ao fim do segundo semestre de 2020 (14 milhões de toneladas), seguido pelos estoques de trigo (4,6 milhões), soja (4,2 milhões), arroz (1,6 milhão) e café (1,3 milhão).

Em relação a 31 de dezembro de 2019, houve acréscimos nos estoques do milho (18%), trigo (12,3%) e café (28%), enquanto a soja (-23,7%) e o arroz (-4,3%) apresentaram quedas.

“Esse aumento de estoques de milho está representando muito a safra recorde que a gente teve no ano passado. Como o preço do milho estava aumentando, pode ser que os produtores tenham segurado um pouco também para conseguir preços melhores”, disse Carlos Alfredo Guedes, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE, lembrando que o mesmo movimento ocorreu com o café.

No caso da soja, os contratos são fechados com antecedência, então houve avanço nas exportações, reduzindo os estoques.

“A gente exportou muita soja no ano passado. Os preços também estavam muito bons, então, para aproveitar os preços, (os produtores) eles exportaram tudo o que podiam. A queda (nos estoques) no arroz também teve muito a ver com exportações”, explicou Guedes.

Esses produtos corresponderam a 92,2% da massa de grãos estocada entre os itens monitorados pela pesquisa, sendo os 7,8% restantes compostos por algodão, feijão preto, feijão de cor e outros grãos e sementes, ressaltou o IBGE.

A capacidade útil disponível no Brasil para armazenamento agrícola foi de 176,3 milhões de toneladas em estabelecimentos ativos no segundo semestre de 2020, 0,1% menor do que o resultado do semestre anterior.

O número de estabelecimentos ativos se manteve estável em 7,9 mil locais. Entre as regiões, houve redução apenas no Sudeste (-0,1%) e no Sul (-0,1%), enquanto as demais regiões registraram estabilidade.

O Rio Grande do Sul tem o maior número de estabelecimentos de armazenagem, 1.923, enquanto o Mato Grosso registra a maior capacidade, com 43,6 milhões de toneladas.

Quanto à capacidade útil armazenável, os silos lideraram, com 87,3 milhões de toneladas no segundo semestre de 2020, o equivalente a 49,5% da capacidade útil total. A capacidade dos silos aumentou 0,6% em relação ao primeiro semestre.

Os armazéns graneleiros e granelizados foram responsáveis por 37,5% da armazenagem nacional, com 66,1 milhões de toneladas de capacidade útil armazenável, um decréscimo de 0,6% ante o primeiro semestre.

Já os armazéns convencionais, estruturais e infláveis somaram 22,9 milhões de toneladas de capacidade, 13% da capacidade total de armazenagem, uma queda de 1,6% em relação ao primeiro semestre de 2020.