A Estônia, país considerado o mais conectado do mundo, deu um passo a mais nesse sentido e decidiu abrir em 2018 em Luxemburgo a primeira “embaixada” virtual, onde abrigará uma cópia de todos os seus dados públicos.

A sala dos servidores contará, sob fortes medidas de segurança, com importantes informações do governo estoniano, que seguirão acessíveis ainda que o sistema informacional do país fique fora de serviço.

“A segurança dos dados e a cibersegurança têm uma importância crucial do ponto de vista da confiança das pessoas e do funcionamento dos serviços”, declarou o primeiro-ministro estoniano, Juri Ratas, no mês passado.

“Isso também faz parte do que se chama de higiene digital diária em nossas sociedades cada vez mais conectadas”, acrescentou em uma declaração publicada após a assinatura de um acordo com seu homólogo luxemburguês, Xavier Bettel, sobre o armazenamento dos dados estonianos.

“É a primeira embaixada de dados do mundo”, assegurou Ratas, cujo país recebe o apelido de E-stonia devido ao seu apreço por novas tecnologias.

A “embaixada” de dados em Luxemburgo conservará, entre outras coisas, os dados relacionados a impostos, empresas, documentos de identidade, pensões, legislação e censo.

“A embaixada virtual tem o objetivo de garantir a continuidade digital do país, a capacidade de ativar os sistemas quando necessário e de consultar dados de versões armazenadas no exterior”, explicou Emilie Toomela, porta-voz do Ministério da Economia e Comunicação.

“Luxemburgo foi escolhido porque o Estado possui o banco de dados Tier 4 [que oferece maior nível de garantias e maior tempo de disponibilidade das informações armazenadas], que não existe na Estônia, e também porque Luxemburgo está disposto a oferecer privilégios diplomáticos aos dados e sistemas estonianos”, disse a porta-voz.