Estudo realizado no Canadá aponta que estilo de vida da pessoas e fatores como tabagismo, diabetes e perda de audição são mais perigosos para desenvolvimento de demência do que a idade. O levantamento, realizado pela Baycrest, empresa de pesquisa focada nas áreas de saúde cerebral e envelhecimento, aponta que pessoas que não têm nenhum dos fatores de risco descritos anteriormente apresentam uma saúde cerebral semelhante a de pessoas que são dez ou mesmo 20 anos mais jovens que elas.

Estudo associa falta de vitamina D à demência

“Nossos resultados sugerem que o estilo de vida pode ser mais importante que a idade para determinar o nível de funcionamento cognitivo das pessoas. Essa é uma ótima novidade, já que existem muitos recursos para modificar esses fatores de risco, como tratamento de diabetes, de perda da audição e deixar de fumar”, afirma Annalise LaPlume, pesquisadora do Rotman Research Institute (RRI) da Baycrest e principal autora do estudo, um dos primeiros a associar estilo de vida com o risco de demência.

“Enquanto a maioria dos estudos focam em pessoas mais velhas, nós incluímos participantes mais novos de até 18 anos e descobrimos que os fatores de risco têm um impacto negativo em todos os patamares etários”, afirma Nicole Anderson, cientista sênior da RRI.

O estudo foi publicado na quarta-feira (13) na Alzheimer e Demência: Diagnósticos, Avaliação e Monitoração da Doença, publicação da Associação de Alzheimer e envolveu mais de 22 mil pessoas de 18 a 89 anos. Essas pessoas realizaram um teste envolvendo um questionário sobre estilo de vida e quatro atividades cognitivas.

Os pesquisadores prestaram atenção sobretudo ao resultado dos participantes em testes da memória e atenção, que foram associados a oito fatores de risco principais: baixa educação, perda de audição, traumatismo craniano, consumo de álcool ou drogas, hipertensão, tabagismo, diabetes e depressão. Cada um desses fatores foi associado a um declínio cognitivo similar ao de três anos de envelhecimento.