Ao escavar um túmulo real com 4.500 anos, em Umm el-Marra, uma das cidades mais antigas do Antigo Oriente, na Síria, um grupo de arqueólogos encontrou ossadas de animais idênticos com burros. No Terceiro milênio a.C., as elites da região valorizavam muito os “kungas”, uma espécie rara de burro, pelo que os especialistas associaram a descoberta ao animal.

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Agora, um estudo publicado na revista científica Science, revela que a verdadeira identidade biológica destes animais correspondia à primeira geração de um descendente de uma jumenta domesticada com um burro selvagem sírio (Equus hemionus hemippus), agora extinto.

Ao fazerem um estudo genético, e compararem o DNA do kunga com outros equídeos, os cientistas perceberam que este não se associava a nenhuma das espécies. Trata-se assim do primeiro animal híbrido criado pelo Homem de que há registo arqueológico.

Nesta época da Idade do Bronze, os burros eram grandes aliados dos humanos, tendo funções importantes na agricultura, no transporte e também na guerra dos reinos da Síria.

Para os autores, esta descoberta revela as capacidades técnicas das sociedades da Mesopotâniamas também pode demonstrar que outras ossadas podem ter sido identificadas de forma errada como de kungas, pelo que voltar a analisar pode ser uma boa opção.