Não adianta ter dinheiro, não basta querer, não vale espernear. Você simplesmente não escolhe o novo computador da inglesa Luvaglio. Ele o escolhe, ou melhor, os executivos da empresa elegem o futuro dono da traquitana. O curioso, entretanto, é que não estamos falando de um produto para o qual sobram pretendentes. Trata-se do recém-lançado notebook de US$ 1 milhão. Isso mesmo, quase R$ 2 milhões em uma máquina que pode ser inovadora, mas não vale tanto assim. O produto, como outros que estão no mercado, tem HD com 128 gigas, possui tela de 17 polegadas com anti-reflexo e tocador de MP3.

A novidade fica por conta da tecnologia Blue-ray, sistema de leitura de vídeo de alta definição que promete substituir em breve o DVD. O resto é puro marketing. A caixa do laptop é confeccionada em couro, leva detalhes dourados e abre eletronicamente. No lugar do botão que liga a máquina, há um diamante. ?Não se trata só de uma pedra de valor, nós criamos uma função para o diamante?, diz Rohan Luvaglio, CEO da marca.

Para comprá-lo, o interessado passa por um processo seletivo rigoroso. Ao entrar no site da marca (www.luvaglio. com), não é possível navegar livremente. É necessário enviar um email demonstrando o seu interesse. Somente depois de alguns dias o seu cadastro é analisado. ?Esse tipo de compra e produto oferece ao consumidor uma experiência única?, diz Beatriz Guimarães, diretora da Future Brands, empresa especializada em consultoria de marcas. ?Nossa companhia está restaurando os conceitos do luxo?, exagera Luvaglio. Não é bem assim. A Ferrari, por exemplo, escolhe a dedo os compradores de suas máquinas. Mas Ferrari é Ferrari e Luvaglio é… quem?