O estaleiro Harland and Wolff, responsável pela construção do Titanic e considerada uma das maiores companhias marítimas do século passado, entrou com um pedido de falência no Supremo Tribunal de Belfast, na Irlanda do Norte. A empresa, que já empregou mais de 35 mil funcionários, mas atualmente possui 123 trabalhadores e não constrói nenhuma embarcação desde 2003, passa por sua pior crise desde a fundação, em 1861.

Os trabalhadores assumiram o controle da empresa há uma semana, afirmou a BBC, enquanto a contabilidade BDO foi judicialmente nomeada administradora dos negócios. Os sindicatos que representam os funcionários pedem que a Harland and Wolff seja privatizada, hipótese que é rechaçada pelo governo da Irlanda do Norte.

A Harland and Wolff foi fundada há 158 anos e é considerada uma das principais companhias de engenharia naval do século 20. A empresa sobreviveu ao naufrágio do Titanic, em 1912, e se tornou um dos principais polos industriais da Irlanda do Norte durante a Segunda Guerra Mundial, produzindo 140 navios de guerra, 123 navios mercantes e mais de 500 tanques.

O declínio teve início em 1950, com a popularização das viagens aéreas sobre os trajetos transatlânticos. O Canberra, fabricado em 1960, foi o último navio de viagens produzido pelo estaleiro. A empresa passou por diversos altos e baixos ao logos das próximas décadas, passando por um período de estatização entre 1975 e 1989. Nos últimos anos a companhia se afastou da produção naval e focou no desenvolvimento de plataformas petroleiras e hélices para produção de energia eólica.