Por muitos anos, o Japão era o país usado como exemplo para explicar efeitos do declínio demográfico – comumente chamado de envelhecimento da população – na economia e em políticas sociais. Porém, um estudo feito pelo Economic Inovation Group, think thank financiado por magnatas do mercado de tecnologia, mostrou que os Estados Unidos já chegou a um nível de declínio geográfico similar ao da ilha oriental.

O relatório indicou que 41% dos condados americanos – subdivisão dos estados do país – enfrenta um envelhecimento na população de níveis japoneses. A área em questão abriga cerca de 38 milhões de habitantes e é um dos motivos pelo qual economistas estimam que o crescimento anual dos Estados Unidos gire em torno de 2% para os próximos anos, longe dos 3% comuns da segunda metade do século XX.

No entanto, o efeito é desigual geograficamente, o que também explica a velocidade que alguns lugares estão tendo que lidar com a questão. A tendência nos Estados Unidos hoje é que jovens migrem para cidades na costa, como Nova York e Los Angeles, abandonando áreas rurais e o centro do país.

80% dos condados americanos – que abrigam 149 milhões de habitantes – sofreram grande queda da população de 25 a 54 anos entre 2007 e 2017, de acordo com o estudo. A projeção não é animadora, uma vez que estima que em 2037, dois terços dos condados do país terão menos adultos em idade produtiva do que em 1997, mesmo com as projeções tentando estimar o número de imigrantes não documentados.

Os efeitos prático disso seria empresas ignorando locais com baixa população em idade ativa, causando queda de arrecadação em impostos e, consequentemente, a impossibilidade de investir em medidas que possam atrair jovens. Em última estância, os Estados Unidos pode viver uma era em que diversas cidades fiquem abandonadas.

Os autores do estudo sugerem que o governo americano crie uma política para atrair imigrantes com boas formações para o país sob a condição de que eles se aloquem em áreas que sofrem com o declínio demográfico. Eles fazem um adendo de que, devido a hostilidade que a população de alguns lugares trata os imigrantes, seja necessária uma votação popular nas áreas que sofrem do problema para que os moradores aceitem fazer parte da política.