Por Gabrielle Tétrault-Farber

MOSCOU (Reuters) – A Estação Espacial Internacional (ISS) teve que se desviar de um fragmento de um veículo de lançamento dos Estados Unidos nesta sexta-feira, disse o chefe da agência espacial da Rússia, o mais recente de uma série de incidentes nos quais detritos espaciais exigiram a reação de astronautas.

Os apelos para o monitoramento e a regulamentação do lixo espacial aumentam desde que a Rússia realizou um teste de míssil antissatélite no mês passado. O teste criou um campo de detritos em órbita que autoridades dos EUA disseram poder representar um risco às atividades espaciais durante anos.

Dmitry Rogozin, o chefe da agência espacial russa Roscosmos, disse nesta sexta-feira que a ISS foi obrigada a manobrar por causa do lixo espacial de um veículo de lançamento norte-americano colocado em órbita em 1994.

A Roscosmos disse que, durante a manobra não-programada realizada pelo controle da missão, a órbita da estação baixou 310 metros durante quase três minutos para evitar um contato.

Rogozin acrescentou que a manobra não afetará o lançamento planejado do foguete Soyuz MS-20 do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, no dia 8 de dezembro e seu atracamento na ISS.

Os detritos espaciais consistem em veículos de lançamento descartados ou partes de uma espaçonave que flutuam pelo espaço e podem colidir com satélites ou a ISS.

Em um artigo de opinião publicado no Financial Times na quinta-feira, Anders Fogh Rasmussen, ex-secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), disse que a destruição russa do satélite no mês passado criou o risco de transformar o espaço em um ferro-velho.

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