Há um profissional em falta no mercado. As companhias de capital aberto estão disputando e recrutando, a peso de ouro, executivos especialistas em Relações com Investidores. O movimento é resultado da chegada de novas empresas ao pregão e da valorização das regras de bom relacionamento com os minoritários. Em tempos de governança corporativa em alta, o chamado RI entrou na moda. A atividade chegou ao Brasil há cerca de 10 anos, mas só recentemente perdeu o caráter burocrático. Por isso, há poucos profissionais qualificados disponíveis. ?A saída, até agora, era buscar pessoas que trabalharam ou estudaram no exterior?, diz Doris Wilhelm, presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (Ibri), que criou um MBA específico para essa área.

Caso raro de veterano neste ramo, José Marcos Treiger, diretor da Braskem, tem o histórico de eficiência perseguido por companhias como Gol, Natura e ALL, que estão montando suas equipes de RI. Quando assumiu seu posto, em 2003, Treiger tinha para ?vender? ao mercado uma empresa com dívida de US$ 7 bilhões, sendo 40% com vencimento em menos de um ano. ?Minha estratégia foi mostrar aos investidores que a Braskem estava disposta a fazer uma parceria com seus acionistas e repartir os ganhos com a melhoria dos números?, lembra. Funcionou. Em nove meses, as ações da empresa valorizaram 280% na Bolsa de Nova York e 300% na Bovespa. Detalhe: a turma do RI é voz importante na hora de definir a política de dividendos das companhias.