A esposa de Carlos Ghosn, o ex-líder da aliança entre Renault, Mitsubishi e Nissan, apelou para que presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, interceda pelo seu marido junto às autoridades japonesas no julgamento por fraudes financeiras. Em entrevista à BBC, Carole Ghson afirmou que o brasileiro é inocente e reiterou a teoria de que as acusações são frutos de uma conspiração.

“Eu gostaria que o presidente Trump falasse com o primeiro-ministro [do Japão] Abe sobre condições justas de julgamento, que me permitisse falar com meu marido e também que respeitasse sua presunção de inocência até que fosse provada sua culpa”, disse. Os dois líderes devem se encontrar durante a cúpula do G20, em Osaka, nos dias 28 e 29 de junho.

Ela também pede apoio ao governo francês, que já afirmou que irá processar Ghosn pelo gasto suspeito de 11 milhões de euros. Ela ainda afirma que procurará o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, para defender a inocência do marido.

A mulher nascida em Beirute também disse que não fala com o marido desde que ele foi solto sob fiança, em 25 de abril, após passar três semanas preso. Ele já havia sido solto anteriormente após 108 dias de prisão. De acordo com a mulher, o acordo que liberou o ex-presidente da Nissan impunha que ele não tivesse contato com a esposa. Segundo o advogado do empresário, a medida é “desumana”.

Preso pela primeira vez em 19 de novembro em Tóquio, Carlos Ghosn enfrenta quatro acusações por ocultar sua renda no mercado de ações e por diferentes casos de violação agravada da confiança, incluindo suposta apropriação indébita de fundos da Nissan.

“Tudo isso poderia ter sido tratado internamente dentro da empresa. Isso não precisava ir tão longe e, além disso, meu marido é inocente e o tempo provará a verdade”, afirmou.