Incertezas sobre o rumo das negociações comerciais entre EUA e China, expectativa pelo envio da proposta da reforma de aposentaria dos militares e reuniões de política monetária aqui e no exterior são alguns dos temas norteiam os negócios na Bolsa brasileira. O clima no exterior já é negativo e atinge o Ibovespa, que, na terça-feira, passou por realização de lucros, fechando em queda de 0,41%, aos 99.588,37 pontos.

Aqui, primeiramente, o compasso de espera é pelo projeto de reforma previdenciária dos militares, à medida que o mercado ainda não tem ideia do teor do texto. A proposta está prevista para ser enviada nesta quarta ao Congresso.

Às 11h56, o Ibovespa caia 0,46%, aos 99.131,16 pontos.

A equipe econômica quer convencer o presidente Jair Bolsonaro a propor um texto ainda mais duro para o regime de aposentadoria das Forças Armadas, buscando uma economia maior que os R$ 92,3 bilhões projetados para os primeiros dez anos.

O objetivo é compensar o custo que a reestruturação das carreiras terá para os cofres públicos, de cerca de R$ 10 bilhões na primeira década. Em artigo publicado no jornal Valor Econômico nesta quarta-feira, Bolsonaro diz que despenderá todo seu esforço para que a reforma previdenciária seja aprovada “o quanto antes”.

“Precisa ver o que virá dessa proposta. Enquanto isso, o investidor ficará na expectativa”, diz um operador, citando ainda a reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) à tarde, seguida de entrevista coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell.

“A expectativa é pelo comunicado, se indicará novos aumentos de juros e quantos poderão ser. Por ora, o cenário é mais negativo, com petróleo e minério em queda, e bolsas europeias recuando”, afirma a fonte. Os índices futuros de Nova York rondam a estabilidade, com viés de alta.

A LCA ainda acrescenta que muitos esperam que o Fed reduza suas projeções para o crescimento da economia. A consultoria não descarta a possibilidade de a decisão do Fed causar certo nervosismo nos mercados, se frustrar as expectativas, gerando repercussões adversas sobre a liquidez global e os ativos e moedas emergentes.

Já para o primeiro Comitê de Política Monetária (Copom) do novo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na noite desta quarta, a consultoria acredita que buscará sinalizar continuidade, preservando a retórica de “cautela, serenidade e perseverança”.

Contudo, não elimina a chance de o comunicado indicar algum estímulo monetário – o que pode reforçar apostas de corte da taxa Selic em meados do ano. A expectativa unânime é que o Copom mantenha a Selic em 6,5% ao ano hoje.