SÃO PAULO (Reuters) – As apostas na valorização do real nos mercados de derivativos dos Estados Unidos voltaram a se aproximar de máximas recordes, em meio à retórica mais dura do Banco Central que pode significar juros ainda mais altos e reforço extra à atratividade da moeda brasileira.

Dados da CFTC –agência que regula mercados de futuros e opções nos EUA– mostraram que investidores estavam, em termos líquidos, com 23.444 contratos de compra de reais na semana finda em 3 de agosto, acima dos 21.761 da semana anterior.

É o maior número desde fevereiro de 2017 e perto do recorde de 26.050 visto naquele mesmo mês.

Os especuladores passaram a ficar comprados em real em meados de maio e desde então vêm aumentando posições a favor da moeda brasileira. No fim de abril, o sinal era trocado, com mais de 26 mil contratos que ganhavam com a depreciação da divisa.

A melhora das avaliações sobre a taxa de câmbio ocorre em meio ao ciclo de alta de juros tocado pelo Banco Central, que já tirou a Selic da mínima histórica de 2% que vigorou até meados de março para os atuais 5,25% –taxa alcançada na semana passada depois de o BC endurecer o tom e acelerar o ritmo de alta dos juros.

O real parece aos olhos dos estrangeiros recuperar pelo menos parte de sua atratividade como divisa de “carry trade”, mas analistas ainda apontam riscos fiscais e políticos como pontos fracos da moeda brasileira.

(Por José de Castro)

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