Um grupo de especialistas médicos convocado pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos tem prevista uma reunião sobre a vacina Johnson & Johnson nesta quarta-feira (14) e poderia recomendar novas restrições ao seu uso.

Durante o evento transmitido ao vivo, os especialistas devem fornecer uma atualização sobre a segurança da vacina, que até agora foi administrada a 7,2 milhões de americanos.

As autoridades de saúde anunciaram uma pausa em sua aplicação na terça-feira, depois que seis mulheres entre 18 e 48 anos desenvolveram um raro distúrbio caracterizado por coágulos sanguíneos no cérebro e baixos níveis de plaquetas.

Até o momento, uma pessoa morreu e outra está em estado crítico.

A diretora do CDC, Rochelle Walensky, disse aos repórteres na quarta-feira que duas das mulheres também tinham coágulos abdominais e que os sintomas são consistentes com os raros efeitos colaterais derivados da vacina AstraZeneca que foram relatados na Europa.

“Quero compartilhar com vocês minha confiança no sistema que temos”, disse.

“Juntos, o CDC e o FDA (Administração Federal de Alimentos e Medicamentos) foram capazes de identificar esses eventos raros e agir rapidamente para alertar os profissionais de saúde, assim como o público”, enfatizou.

As pessoas que receberam a vacina J&J devem relatar se apresentarem sintomas que incluam forte dor de cabeça, dor abdominal, dor nas pernas ou falta de ar.

Enquanto isso, os médicos foram instruídos a não tratar esses coágulos com a heparina comum mais diluída, porque isso poderia piorar a condição, de acordo com a principal hipótese biológica sobre as razões que estariam causando esse efeito.

Ambas as vacinas J&J e AstraZeneca são baseadas na tecnologia de vetores de adenovírus, que agora está sob escrutínio. Outros imunizadores de vetor de adenovírus incluem a Sputnik V da Rússia e o CanSino da China.

Casos envolvendo coágulos cerebrais ou abdominais junto com plaquetas baixas não foram associados a vacinas dos laboratórios Pfizer ou Moderna, que são baseadas na tecnologia de RNA mensageiro.

Na reunião do conselho, deve-se votar uma “atualização das recomendações de uso”. As restrições podem incluir recomendar que apenas pessoas acima de uma certa idade tomem a vacina.

O raciocínio é que os idosos correm maior risco de desenvolver uma forma grave da covid e, portanto, estão mais interessados em serem vacinados, apesar dos possíveis efeitos colaterais.

O número de mortes nos Estados Unidos ultrapassa 563.000 desde o início da pandemia, e os infectados ultrapassam 31 milhões.