Por Angela Moore

NOVA YORK – Depois que Sahil Shah, de 13 anos, perdeu o olfato para a Covid-19 em novembro, seus pais procuraram ajuda em todo canto.

“Conversamos como neurologistas, neurocirurgiões, otorrinolaringologistas, e todos eles disseram que, se fosse para ele voltar, já teria voltado”, disse o pai de Sahil, Pratik Shah.

Mas seis meses depois, a adolescente da cidade norte-americana de Chicago ainda não tinha olfato nem paladar.

A família procurou a ajuda de uma fonte improvável: a especialista em fragrância nova-iorquina Sue Phillips. Ela ajudou a desenvolver e comercializar perfumes para Elizabeth Arden, Lancôme e Tiffany & Co, e agora comanda sua própria empresa, a Scenterprises.

“Permita que eu diga, em primeiro lugar, que não sou médica. Não sou cientista. Não sou nem mesmo química”, disse Phillips a uma cliente em sua butique no Upper East Side de Manhattan.

Para começar o processo de ajudar pessoas a reaprenderem a cheirar, Phillips cria uma variedade de 18 fragrâncias preparadas de forma personalizada. Iniciando com odores mais suaves, como rosa, lavanda e hortelã, ela entrega uma amostra perfumada por vez à sua cliente.

Se não há reação, ela usa cheiros mais fortes, como especiarias ou almíscar.

“O que está acontecendo é que estamos treinando pessoas, gosto de dizer, a cheirar com o cérebro… quase consigo ver a névoa se dissipando. E aí elas conseguem começar a sentir odores novamente. E é realmente incrível.”

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