Emilio Lozoya, ex-diretor da gigante petrolífera estatal Pemex e principal envolvido no México no esquema internacional de corrupção da construtora brasileira Odebrecht foi preso na Espanha – informou o Ministério Público mexicano nesta quarta-feira (12).

“Com o mandado de prisão que obtivemos de um juiz e com o apoio fundamental da Interpol e da Polícia espanhola, conseguimos prender esse indivíduo (Lozoya)”, disse o procurador-geral Alejandro Gertz à emissora local Rádio Fórmula.

Colaborador do ex-presidente Enrique Peña Nieto (2012-2018), Lozoya é apontado por ter recebido propinas milionárias da Odebrecht, que seriam destinadas à campanha eleitoral do ex-presidente.

Também é acusado de ter autorizado, quando diretor da Pemex, a compra de uma fábrica de fertilizantes por cerca de US$ 500 milhões, um preço excessivo em vista do mau estado de suas instalações, segundo o governo e a opinião de especialistas do setor.

Lozoya rejeita todas as acusações.

“Neste momento, o que vai acontecer é que ele já está sujeito ao processo de extradição (…) Agora, vamos iniciar o litígio especificamente para trazê-lo para o México”, disse Gertz.

Trata-se do primeiro servidor público de alto escalão investigado pelo governo de Andrés Manuel López Obrador, que assumiu a presidência com o compromisso de erradicar a corrupção no México.

Gertz disse que a acusação contra Lozoya surgiu de uma denúncia do representante legal da Pemex. Nela, apontou-se uma série de danos à propriedade da empresa, como resultado de uma cadeia criminosa que a acusação está investigando.

Lozoya renunciou em fevereiro de 2016 ao cargo na administração da Pemex, a principal empresa pública mexicana, atolada em graves problemas financeiros.