O governo espanhol aprovou um plano nesta terça-feira (24) por 12 bilhões de euros (12,85 bilhões de dólares) para desenvolver a indústria de semicondutores, buscando tornar a Espanha uma “referência” de um setor estratégico que enfrenta problemas de escassez.

Com essa iniciativa, financiada com verba do plano europeu de recuperação pós-covid-19, “a Espanha inicia uma corrida de longa distância para se tornar uma referência na indústria de semicondutores”, disse o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, no Twitter.

O objetivo é “criar um ecossistema sólido para o futuro da computação na Europa e atrair grandes investimentos em semicondutores”, defendeu Sánchez, que se reuniu nesta terça-feira em Davos com o presidente da gigante americana de semicondutores Intel, Pat Gelsinger, e com o da Qualcomm, Cristiano Amon.

A ministra espanhola da Economia, Nadia Calviño, afirmou que este projeto será o mais “ambicioso” dos até agora lançados no marco do plano de recuperação europeu e que representará um impulso para o conjunto “da economia espanhola”.

“Trata-se de desenvolver de forma abrangente as capacidades de desenvolvimento e produção” de semicondutores na Espanha, “cobrindo toda a cadeia de valor, desde o projeto até a fabricação dos chips”, disse Calviño em entrevista coletiva, após o conselho de ministros.

Fabricados principalmente na Ásia, os semicondutores são indispensáveis para a fabricação de veículos, smartphones e equipamentos médicos.

No ano passado, representaram um mercado mundial de 600 bilhões de euros (642,604 bilhões de dólares), segundo a consultora francesa Yole Développement

No entanto, o setor sofre há um ano com sérios problemas para satisfazer os pedidos, devido à escalada na demanda de produtos eletrônicos e às perturbações nas cadeias de abastecimento pela crise sanitária.

Segundo os fabricantes, a escassez continuará até 2023 ou 2024.

Essa situação levou a Comissão Europeia a anunciar, no início de fevereiro, um plano de 43 bilhões de euros (46 bilhões de dólares) para reduzir a dependência da produção asiática.

A iniciativa autoriza os Estados-membros a destinar ajudas públicas à indústria do setor, que inclui empresas estrangeiras.

Nesse momento, “a produção europeia (representa) aproximadamente 10% da fabricação mundial”, mas com este plano, dentro do qual consta o anúncio espanhol, o objetivo é aumentá-la para “20%”, indicou Nadia Calviño.