A Espanha sofreu um pequeno acréscimo no saldo diário de mortes por coronavírus nesta quarta-feira, enquanto o governo alertava que em meados de maio o rigoroso confinamento da população em vigor desde março poderá ser ser flexibilizado.

Terceiro país com mais mortes por coronavírus no mundo, a Espanha relatou nesta quarta-feira 435 mortes por COVID-19 nas últimas 24 horas, cinco a mais que na terça-feira, elevando o número total de mortes para 21.717, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde.

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A Espanha havia começado a semana anunciando na segunda-feira 399 mortes por coronavírus. De qualquer forma, pelo quarto dia consecutivo, o saldo permaneceu abaixo do limiar de 500 mortes.

Os casos confirmados aumentaram mais de 4.200 e agora totalizam 208.389, de acordo com o relatório diário da Saúde.

Apesar dos “pequenos altos e baixos que estamos observando” nos balanços diários, há “uma tendência de queda” nos contágios, afirmou em entrevista coletiva Fernando Simón, chefe do centro de emergências do Ministério da Saúde.

As autoridades de saúde dizem que o pico da epidemia foi superado no início de abril, quando foram registradas 950 mortes diariamente.

– Desescalada “lenta e gradual” –

O primeiro-ministro Pedro Sánchez alertou nesta quarta-feira no Congresso que não é hora de baixar a guarda, para que “o confinamento não seja suspenso até que estejamos preparados, porque não vamos não correr nenhum risco”.

Da tribuna, Sánchez fixou para “a segunda metade de maio” a flexibilização das rigorosas medidas de confinamento em vigor desde 14 de março, uma das mais duras da Europa, que só permite a movimentação de pessoas que não podem trabalhar de casa e para comprar comida ou remédio.

O confinamento, que continuará pelo menos até 9 de maio, inclusive, é renovado a cada quinze dias pelo Congresso apesar das críticas cada vez mais acentuadas da oposição de direita, que critica o governo pelo o que considera um “fracasso” na gestão da crise.

Sánchez confirmou uma pequena flexibilização do confinamento a partir do domingo, quando as crianças poderão passear, em sintonia com o que acontece em outros países europeus, uma demanda que vem ganhando força nos últimos dias no país.

Sánchez, contudo, garantiu que “a desescalada será lenta e gradual”.

– Testes sorológicos –

Como parte do dispositivo da saída lenta das restrições de mobilidade, o Ministério da Saúde anunciou que está finalizando a realização de um estudo de soroprevalência.

Este estudo consistirá na realização de testes em cerca de 60.000 pessoas em todo o país, para “estimar a porcentagem da população espanhola que desenvolveu anticorpos contra o novo coronavírus”, o que será vital para a tomada de decisões em saúde pública no país nas semanas seguintes, disse a Saúde em comunicado.

Enquanto a situação melhora progressivamente, diminui a pressão sobre o sistema de saúde, que foi colapsado nas áreas mais afetadas, como Barcelona ou Madri.

Na capital, as autoridades regionais fecharam nesta quarta-feira o necrotério provisório instalado na pista de gelo de um shopping, e que simbolizou o custo humano da pandemia na região.

Além disso, algumas empresas começam a pensar em retomar as atividades, como a montadora Seat, que anunciou que testará 15.000 funcionários para retomar a produção, paralisada desde meados de março, a partir de 27 de abril.