Uma pesquisa recém-realizada na América Latina pela Sherlock Communications traz um recado claro para as corporações instaladas por Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru: 94% dos entrevistados afirmaram que as empresas precisam investir mais em iniciativas sociais e ambientais. Entre as nacionalidades ouvidas, os brasileiros são os que mais se importam com a responsabilidade social corporativa, nove em cada dez pessoas. Nos demais países, o índice cai para 67%. As consequências podem ser trágicas para os negócios.

Dentro do grupo, 75% disseram que a postura das empresas frente à agenda afeta sua opinião sobre ela. Neste ponto vale fazer a ressalva de que a solução para a reputação, no entanto, não é a comunicação per se. Divulgar posicionamento ou ações sem fundamentação estratégica é greenwashing. Em outras palavras, é puro marketing e não boa prática ESG (ambiental, social e de governança).

Para começar a colocar os bois na frente da carroça — e não o contrário, muitas vezes o caminho mais fácil — as companhias precisam ouvir seus próprios stakeholders para saber o que, na opinião deles, tem real impacto para a empresa quando o assunto é o compromisso com o meio ambiente ou com a comunidade.

Feita essa pesquisa de materialidade, aí sim é hora de elaborar um plano, operacionalizar as ações, mensurá-las e divulgá-las. A Sherlock Communications fez parte desse trabalho ao elencar o que os consumidores da América Latina julgam relevante.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1238 da Revista Dinheiro)