Práticas ESG são essenciais para a construção de uma companhia forte e inovadora. Pode até parecer difícil em um primeiro momento, mas é preciso estabelecer objetivos com olhar dedicado para o meio ambiente, para o social e para a governança visando dar retorno, minimizar riscos e impactos das operações da companhia no meio ambiente e na sociedade, bem como potencializar seus impactos positivos.

Mas por onde começar? Acredito que o primeiro passo é estabelecer uma estratégia ESG, alinhada ao negócio e à própria companhia. Na sequência, um dos pontos principais: o aculturamento. Fortalecer o propósito e a cultura corporativa com esses critérios, inclusive estabelecendo metas e indicadores mais rigorosos, que impactem também em termos de meritocracia, remuneração e posição de liderança em curto, médio e longo prazos, quando necessário.

Equidade, igualdade de oportunidades, governança, responsabilidade social e ambiental não podem simplesmente ser palavras e expressões jogadas ao vento. É preciso agir, engajar, comprometer-se!

Outra etapa importante é estar junto do time: isso gera empatia, laços de confiança e reciprocidade. E já sabemos que quanto mais as equipes estiverem unidas e se identificarem em propósitos por um futuro melhor, mais sucesso obteremos.

De acordo com a “Pesquisa Global com Investidores Institucionais”, da consultoria Ernst & Young, realizada no primeiro trimestre de 2022, 74% dos investidores globais passaram a avaliar desinvestimentos em caso de baixo desempenho ESG em seus ativos desde o início da pandemia. Foram entrevistados 324 tomadores de decisão sêniores em instituições de compra em todo o mundo.

Os pontos cruciais do ESG são particulares de cada empresa, variam de acordo com a atuação de cada companhia e o impacto que ela pode gerar em cada uma das frentes.

Um dos grandes exemplos sobre como as práticas ESG ainda estão em fase inicial de implementação ocorre no mercado financeiro. Poucas mulheres estão em cargos de liderança neste segmento. De acordo com estudo da B3, das 408 companhias de capital aberto no Brasil, 61% não têm uma única mulher na alta direção e 45% não têm participação feminina no conselho de administração.

Uma outra frente relevante é a de ascensão de pessoas pretas e pardas. Segundo o Instituto Ethos, apesar de representarem 55,9% da população brasileira, pessoas pretas têm baixíssima participação em cargos de liderança de grandes empresas. Levantamento de 2019 revela: eles são apenas 4,7% nas 500 maiores companhias do país.

Também é preciso estar atento ao meio ambiente: em 2021, o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) identificou mais de 217 mil km² de áreas devastadas por queimadas no Brasil. Quase 40% da água potável brasileira foi desperdiçada no ano passado, segundo o Trata Brasil. Já segundo a Nature Sustainability, também em 2021, os plásticos representavam 80% do lixo encontrado nos oceanos, sobretudo sacolas e garrafas.

Esses problemas sempre existiram e cresceram com o tempo. A diferença, agora, é que temos consciência e poder de mudar essa realidade. Como? Aplicando, de fato, medidas, metas e ações que possam tornar nossa sociedade melhor! Bora fazer mais e melhor!!!

*Colaboraram Stefania Fernandes (Superintendente de Relações com Investidores da Wiz) e Isabel Gomes (Superintendente Interina de Gente e Cultura da Wiz)