Desde seu início, a crise provocada pela Covid-19 submeteu as empresas e seus gestores ao mais duro teste já enfrentado. É necessário gerar resultados financeiros positivos e ser eficiente, enfrentando desafios que vão muito além do pior cenário previsto nos planos estratégicos e de contingência. E, além de ter obrigado os gestores a decidir em uma situação de estresse absoluto, a crise obrigou as empresas a se transformar rapidamente. Não só para sobreviver como também para competir em um mercado onde as questões sociais e de governança nunca foram tão importantes.

Isso levou as empresas a investir em pessoas e em tecnologia e a rever suas políticas ambientais, sociais e de governança, abrigadas na sigla ESG. Assim como o tripé da sustentabilidade (“triple bottom line”), esses fatores ampliaram a visão de sucesso da empresa e de seu modelo de gestão. A melhora das políticas ESG passou a ser crucial, e a pressão para sua transformação rápida vem de stakeholders externos e internos. Agora, além do resultado financeiro, é preciso medir e ter sucesso no desenvolvimento ambiental e social. É necessário incluir na conta questões como diversidade, inclusão, flexibilidade e remuneração justa na forma como trata, valoriza e promove seus colaboradores.

Em 2021 o custo do capital aumentou, o que tornou a capacidade de captar recursos ainda mais essencial. E a análise ESG passou a fazer parte do custo de capital. A falta de políticas adequadas passou a ser considerada um risco inerente, com impacto na competitividade e na capacidade de atender às exigências dos reguladores de mercado.

Outro elemento importante é a habilidade dos gestores em reter e atrair talentos. A pandemia sublinhou a importância do lado humano na relação entre gestores e colaboradores. Trabalhando de suas casas, os colaboradores foram os grandes soldados da empresa na batalha contra a pandemia.

A capacidade de execução e a velocidade de transformação, tanto pelas novas políticas ESG quanto pela necessidade de digitalização, são os dois grandes diferenciais para que as empresas consigam sobreviver, crescer e se diferenciar de seus concorrentes. Mais do que nunca, as melhores companhias hoje são as que conseguem atrair e reter os melhores profissionais, as que consideram políticas sociais e de governança como elementos indispensáveis, e as que implementam e desenvolvem a melhor tecnologia possível para apoiar seus colaboradores, clientes e fornecedores. Esses temas são hoje parte da discussão de todos os conselhos e diretorias executivas.

A transformação digital e de mercado está forçando as empresas a terem estruturas mais leves e mais ágeis. A agilidade não está só na visão e na capacidade e execução dos gestores para decidir rapidamente. Também está na capacidade dos colaboradores de se transformar. O momento exige criatividade, e as empresas com mais diversidade terão vantagens. Para ser competitiva, a empresa tem de garantir a seus gestores o acesso à melhor informação e aos melhores dados de mercado, para que as decisões que afetam o futuro tenham uma efetividade elevada.

Empresas como a S&P Global Market Intelligence têm contribuído positivamente, ajudando empresas de capital aberto, de capital fechado, de pequeno e médio porte (PMEs) e instituições do mercado de capitais. Para todas, o acesso a dados de qualidade tanto para o Brasil como a nível global, incluindo dados ESG, é essencial para apoiar a transformação digital e as análises de suas equipes.

A S&P tem colaborado com as empresas, incluindo as PMEs, a avaliar suas políticas ESG, por meio de uma avaliação de sustentabilidade corporativa com cerca de 120 questões ambientais, sociais e de governança, obtendo uma pontuação que lhes permite comparar-se com seus concorrentes, apoiar a melhoria de suas políticas ESG e trabalhar com todos os stakeholders para melhor acesso ao capital.

Artigo Jaime Domingues Henriques