Enquanto crescem os debates sobre a responsabilidade ambiental das empresas, um perigo ainda quase invisível está provocando prejuízos de aproximadamente US$ 1 trilhão na economia mundial. A perda, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é provocada pela depressão, doença mental que atinge 300 milhões de pessoas globalmente.

No Brasil não é diferente. Levantamento divulgado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), na última semana de fevereiro, indicou que mais de 90 mil auxílios-doença foram concedidos em 2020 devido a enfermidades psicológicas, sendo um dos principais fatores para alta de 26% no número de auxílios e aposentadorias por invalidez registrados.

“As marcas precisam assumir a responsabilidade de cuidar do ambiente, dos processos e das relações para assegurar o bem-estar emocional e mental dos colaboradores”, disse Michelle Gonçalves, sócia da Leve Consultoria. “É preciso preparar as lideranças para que entendam os seres humanos e, assim, identifiquem comportamentos disfuncionais dentro dos seus times e peçam ajuda.”

Estudo da Mercer Marsh indica que mais de 70% das corporações não adotam programas específicos de gestão para o problema. Em tempos nos quais o ESG (Ambiental, Social e Governamental) está tão em alta, companhias que olharem a saúde do colaborador como fator crítico de sucesso podem se destacar dentro de uma economia que valorizará atuações mais responsáveis perante as pessoas e o planeta.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1212 da Revista Dinheiro)