Os maiores bancos do Brasil vêm divulgando seus balanços nas últimas semanas. Bradesco, Itaú e Santander abriram a fila. Enquanto as demonstrações financeiras estão em alta, o mesmo não se pode dizer de índices ESG (ambiental, social e de governança). As três instituições divulgaram aumento do lucro líquido no último trimestre do ano.

O Bradesco, em seu melhor resultado trimestral, lucrou R$ 6,8 bilhões. Itaú, R$ 5,3 bilhões (7,1% a mais em relação ao terceiro trimestre de 2020). Santander, R$ 3,9 bilhões (alta de 6,2% sobre igual período de 2019).

No recém-divulgado Guia do Relatório dos Bancos Responsáveis, no entanto, nenhum alcançou mais de 40% no grau de responsabilidade social e ambiental. O Santander, segundo colocado no ranking, somou 38%.

O Itaú, em terceiro, ao lado do Banco do Brasil, atingiu 35%. Bradesco e Caixa aparecem em seguida (33%). No topo ficou o BNDES, com 43%. Além deles foram avaliados BTG Pactual, BV e Safra.

O estudo completo analisou 18 temas. Entre eles estão Mudanças Climáticas e Igualdade de Gênero – que analisam as políticas referentes ao clima e à integração de mulheres não só na instituição, como nas empresas que financiam ou investem. A má notícia é que as notas estão baixas. A boa, é que melhoraram em relação à edição de 2018 (detalhes no quadro abaixo).

Para acelarar a adoção de boas práticas, em dezembro de 2020 a Febraban aprovou a revisão dos compromissos de autorregulação voltados à gestão de riscos socioambientais dos bancos. A teoria está pronta. Falta aplicá-la.

Evandro Rodrigues

(Nota publicada na edição 1210 da Revista Dinheiro)