Por Peter Szekely

NOVA YORK (Reuters) – Uma estátua imponente de uma cabeça de mulher com o dedo indicador encostado nos lábios encara a parte baixa de Manhattan ao longo do Rio Hudson, em Nova York, convidando a metrópole caótica a parar e escutar.

“A água, quando se move, faz um som especial, muito especial”, disse Jaume Plensa, artista radicado em Barcelona.

A mensagem de sua “Alma da Água” de 24 metros, sua maior obra até hoje, é “ficar quieto… para ouvir o ruído profundo da água falando conosco”, disse ele em uma entrevista.

A cabeça branca como a neve contempla uma vista ampla do rio diante de uma floresta de arranha-céus na orla de Newport, bairro de Jersey City que cresce rapidamente. Ela está diretamente em frente a Greenwich Village e cerca de seis quilômetros distante da Estátua da Liberdade, uma sentinela mais familiar da enseada.

Em uma manhã recente na qual Plensa viu a peça montada pela primeira vez, seu pedido de silêncio competiu com a vibração de motores a diesel do terminal ferroviário próximo de Hoboken, o rugido de helicópteros nos céus e gritos e risadas de crianças em carrinhos ao longo das passarelas à beira do rio.

Mas estes não são os tipos de ruído que Plensa diz que sua obra de arte está visando.

“Estou falando do ruído da informação e das mensagens para nós”, explicou ele na Galerie Lelong Co de Nova York, onde uma exibição de novos trabalhos estreia no dia 29 de outubro.

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