O escolhido do presidente Donald Trump para a Suprema Corte de Justiça, com quem pretende inclinar para o lado conservador essa instituição-chave na sociedade americana, foi alvo nesta quinta-feira (13) de uma “informação” que pode frear sua confirmação.

A democrata Dianne Feinstein, de 85 anos e decana do Senado, anunciou ter entregue ao Escritório Federal de Investigações (FBI) “informações” sobre a indicação de Brett Kavanaugh.

Fez isto no mesmo dia em que a comissão judicial do Senado decidiu votar a nomeação na próxima quinta-feira, apesar dos esforços dos democratas para atrasar o processo para até depois das legislativas de novembro.

“Recebi uma informação de um indivíduo sobre a indicação de Brett Kavanaugh à Suprema Corte”, assinalou Feinstein em comunicado.

“Essa pessoa solicitou firmemente confidencialidade, se negou a sair e falar ela mesma, ou pressionar sobre o assunto, e respeitei essa decisão. Contudo, enviei a questão às autoridades federais de investigação”, acrescentou.

Segundo o jornal New York Times, que citou funcionários próximos ao assunto, trata-se de um “possível comportamento sexual inapropriado” quando Kavanaugh, agora com 53 anos, estava na escola.

A Casa Branca respondeu imediatamente, denunciando “uma última operação para atrasar a confirmação” de Kavanaugh.

“Ao longo do processo de confirmação, o juiz Kavanaugh teve 65 reuniões com senadores, inclusive com a senadora Feinstein, participou de mais de 30 horas de testemunhos, respondeu mais de 2.000 perguntas em público e questões adicionais em uma sessão confidencial”, assinalou a porta-voz Kerri Kupec.

E então “na véspera de sua confirmação a senadora Feinstein ou alguém surge com o fantasma de uma nova ‘informação’ sobre ele”, continuou.

Após o voto na comissão programada para 20 de setembro, o tema passará ao plenário do Senado para a votação final, com a qual o juiz pode ser confirmado para esse cargo vitalício e estar na Suprema Corte quando as audiências forem retomadas, em 1º de outubro.

No Senado, os republicanos têm uma estreia maioria (51-49), o que favorece Kavanaugh, mas um terço das cadeiras será renovada nas eleições legislativas de novembro.

Os republicanos querem que Kavanaugh seja confirmado antes das eleições de 6 de novembro para evitar o risco de os democratas tomarem o controle do Congresso e impedirem a sua nomeação.

Os democratas da comissão judicial do Senado já tentaram, em vão, obter um adiamento das audiências de confirmação, que correram durante quatro dias, segundo o previsto.

Na reunião desta quinta para fixar a data de votação do tema na comissão, os democratas voltaram a pedir mais tempo para tomar a decisão.

“Não entendo a pressa para decidir”, assinalou Feinstein.

Mas o presidente da comissão judicial, o republicano Chuck Grassley, ignorou os pedidos dos democratas e fixou a data da votação.