Ações recomendadas

Os analistas são unânimes em afirmar que, em 2018, a Bolsa deverá trazer boas recompensas para os investidores com fome de risco. O motivo é matemático. Com juros mais baixos, as empresas gastam menos dinheiro para rolar suas dívidas e os consumidores têm mais folga para comprar. Somados, esses dois fatores indicam resultados mais polpudos na última linha do balanço. No entanto, esse resultado não virá sem sustos. A partir de abril, a agenda política vai ocupar mais e mais espaço no noticiário, e o impacto sobre os pregões será cada vez maior (leia a reportagem na página 54). Para facilitar o seu caminho nesse cenário, DINHEIRO conversou com especialistas e perguntou quais ações eles recomendam para estratégias de baixo, médio e alto risco, com um horizonte de maturação de um ano. Foram consultados analistas de 11 bancos e corretoras: Bradesco, Santander, Citi, Magliano, Ativa, Guide, Planner, Coinvalores, XP, Lerosa Investimentos e Terra Investimentos. As ações mais votadas foram as escolhidas. Em caso de empate, a preferência foi pelo papel com maior volume médio de negócios nos últimos 24 meses. A carteira teórica está a seguir. Confira, a seguir, quais ações devem – na opinião dos analistas – brilhar em 2018.

Risco baixo

1 –  AmBev ON (ABEV3)
Preço-alvo médio: R$ 23,60
Alta potencial: 14,6%
Alta em 2017: 29,1%
Queda em 2016: – 4,8%

Líder entre as recomendações, com cinco votos, a AmBev vai se beneficiar de um cenário econômico mais benigno, com aumento de renda e menor desemprego entre os consumidores. Analistas destacam a resiliência da empresa durante a crise. Para compensar a queda nas vendas, a estratégia de aumentar preços conteve a queda na receita. “A melhora da atividade econômica deve trazer um crescimento robusto da geração de caixa nos próximos trimestres”, afirma Nicolas Takeo, da Socopa corretora. Historicamente, a AmBev aumenta as vendas em ano de Copa do Mundo. Só precisa combinar com os russos!

2 – Itaú Unibanco PN (ITUB4)
Preço-alvo médio: R$ 51,60
Alta potencial: 26,3%
Alta em 2017: 25,3%
Alta em 2016: 50%

É o banco que apresenta o maior retorno entre os seus pares, e sua ação, a mais negociada do mercado, se destaca por ser defensiva. Analistas acreditam que a recuperação da atividade econômica, a continuidade do fluxo de investimentos estrangeiros e a migração de recursos da renda fixa para a renda variável vão beneficiar a ação. A expectativa é que o Itaú duplique a fatia de lucros distribuídos como proventos em 2018.

3 – Equatorial Energia ON (EQTL3)
Preço-alvo médio: R$ 71,10
Alta potencial: 10,7%
Alta em 2017: 19,3%
Alta em 2016: 62,3%

A empresa é verticalizada, e atua na geração, na transmissão e na distribuição de energia elétrica. Ela controla duas distribuidoras importantes, a maranhense Cemar e a paraense Celpa. Analistas destacam como ponto positivo a gestão comprometida da companhia, responsável por transformar, em 2013, os resultados deficitários em lucro. “Há quatro anos, a empresa traz bons retornos para o investidor”, diz Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos.

Risco médio

1 – Vale ON (VALE3)
Preço-alvo médio: R$ 43,00
Alta potencial: 13,6%
Alta em 2017: 52,3%
Alta em 2016: 98,2%

O preço elevado do minério de ferro deve garantir bons resultados para a mineradora em 2018. Além disso, a estratégia de desalavancagem e a redução de investimentos tendem a aumentar a distribuição de dividendos. “O desempenho dos papéis pode ser prejudicado, entretanto, por uma desaceleração econômica mais acentuada na China”, diz Sandra Peres, analista da Coinvalores.

2 – BR Foods ON (BRFS3)
Preço-alvo médio: R$ 49,50
Alta potencial: 39,1%
Queda em 2017: -26,2%
Queda em 2016: -10,5%

É uma das maiores exportadoras de proteína animal. Embora a BRF tenha apresentado resultados abaixo das expectativas nos últimos trimestres, a perspectiva para os próximos meses é positiva. A companhia deve promover o lançamento de uma terceira marca voltada para consumidores de menor renda. “Existe também a possibilidade de abertura de capital da One Foods, operação da BR Foods do Oriente Médio”, diz Victor Suzaki da Lerosa Investimentos.

3 – Ecorodovias (ECOR3)
Preço-alvo médio: R$ 13,75
Alta potencial: 15,2%
Alta em 2017: 51,0%
Alta em 2016: 66,7%

Além da melhora nos dados de tráfego nas rodovias, principal componente das receitas, a Ecorodovias deve se beneficiar da queda dos juros e da realização de novos leilões de infraestrutura em 2018. No terceiro trimestre, a empresa obteve um lucro de R$ 125 milhões, alta de 86% em comparação com o mesmo trimestre de 2016. Os analistas prevêem uma continuidade desse bom resultado. “A retomada da economia tende a beneficiar a receita da companhia de maneira positiva e gradual”, segundo os analistas da Magliano Corretora.

Risco alto

1 – Petrobras PN (PETR4)
Preço-alvo médio: R$ 23,43
Alta potencial: 54,8%
Alta em 2017: 1,8%
Alta em 2016: 121,9%

A Petrobras vem avançando na implantação de seu Plano Estratégico, que prevê desinvestimentos de US$ 21 bilhões (R$ 69,3 bilhões) para o biênio 2017/2018. Em dezembro de 2017, ela atingiu 21% dessa meta. Obteve R$ 5 bilhões com a abertura de capital da subsidiária BR Distribuidora e US$ 2,35 bilhões com a venda de 25% do campo de Roncador à norueguesa Statoil. O mercado espera mais para 2018. “Devemos observar a venda de parte das refinarias de menor porte”, diz Ricardo Peretti, estrategista do Santander. Ação com maior alta potencial, a PETR4 apresenta um porém: “Prevemos a elevação da volatilidade em 2018 como reflexo das eleições”, diz Peretti.

2 – Banco do Brasil ON (BBAS3)
Preço-alvo médio: R$ 39,65
Alta potencial: 28,6%
Alta em 2017: 13,2%
Alta em 2016: 99,4%

O BB, que apresenta sólidos resultados, deve focar em 2018 na melhora da rentabilidade, o que tende a fortalecer a base de capital e reduzir o risco de capitalização. Analistas projetam uma média de crescimento de 18% no lucro no ano que vem. “A instituição tem potencial para negociar a múltiplos mais altos, pois hoje a ação está descontada em relação aos bancos privados”, afirma o analista Marco Saravalle, da XP Investimentos. Um dos principais riscos para o papel é a incerteza decorrente das eleições.

3 – Gerdau PN (GGBR4)
Preço-alvo médio: R$ 16,05
Alta potencial: 32,5%
Alta em 2017: 12,7%
Alta em 2016: 133,3%

A perspectiva de retomada das operações de subsidiárias dos Estados Unidos deve continuar a beneficiar a Gerdau. No cenário doméstico, os analistas esperam que os juros em níveis mais baixos e a retomada gradual de investimentos nos setores industrial, imobiliário e de infraestrutura beneficiem o setor de siderurgia. “Diante desse cenário, a empresa aposta na diversificação de produtos e no aumento da competitividade de suas operações”, diz Regis Chinchila, analista da Socopa Corretora.

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