A erupção do vulcao Tonga no Pacífico Sul, no dia 15 de janeiro deste ano, causou tsunamis e efeitos ao redor de todo o planeta. De acordo com estimativas e observações, a erupção foi tão abrupta que pode ter sido 500 vezes mais forte que a bomba atômica que atingiu Hiroshima, por exemplo.

Além disso, a erupção do vulcão Tonga causou a formação de uma onda de energia que viajou o planeta horizontalmente, seguindo a curvatura da Terra. Essa onda se propagou a mais de 1000 quilômetros por hora e deu a volta no planeta em apenas 35 horas.

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A explosão do Tonga fez com que a atmosfera ao seu redor ressoasse como um instrumento. Porém, a frequência dessa ressonância é muito baixa, o que torna a passagem da onda imperceptível aos ouvidos humanos. O vulcão fica em uma área intensa de atividade sísmica e a erupção recente causou tsunamis e tempestades de cinzas nas ilhas próximas, além de alertas de tsunami até no Japão e no Chile.

Apesar do Tonga ter apenas 100 metros de altitude fora da superfície, ele tem 1800 metros de altitude abaixo d’água. A caldeira deste vulcão, aliás, fica embaixo d’água e, portanto, a liberação do magma aconteceu direto no oceano. O contato do magma com o oceano frio gerou sucessivas explosões cada vez maiores e com velocidades supersônicas.

A explosão, basicamente, causa uma variação de pressão que desloca o ar a velocidades altíssimas. Essa mudança de pressão e deslocamento do ar então se propagam por milhares de quilômetros, variando de explosão para explosão.

O que acontece é que essas ondas viajam apenas horizontalmente e seguindo a curvatura da Terra. Pierre-Simon Laplace, não obstante, o famoso matemático francês, previu esse padrão de deslocamento das ondas na atmosfera há mais de 200 anos.

Laplace descobriu que, a níveis globais, a gravidade e o empuxo da atmosfera favorecem a propagação destas ondas horizontais. Estas ondas, então, se propagam mais ou menos como as ondas de um lago, quando uma pedra o atinge.