Um executivo da AstraZeneca minimizou erros cometidos na fase 3 de estudos clínicos da vacina contra a covid-19 que produz em conjunto com a Universidade de Oxford. Anunciado na segunda-feira (23), o imunizante apresentava uma taxa de eficácia maior (90%) em pacientes que receberam uma dose e meia do remédio do que a registrada naqueles que receberam duas doses completas (62% de eficácia).

Segundo o Wall Street Journal, Mene Pangalos, vice-presidente executivo de pesquisa da farmacêutica, disse nesta quinta-feira (26) que a diferença entre a eficácia dos dois casos era algo inexplicável, mas a vacina consegue, ainda assim, uma taxa de imunização média de 70% – o suficiente para que os órgão reguladores liberem sua distribuição.

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“Não vou fingir que não é um resultado interessante, porque é, mas definitivamente não o entendo e acho que nenhum de nós entenda”, disse Pangalos. “Foi uma surpresa para nós”, completou ele ao WSJ.

Na segunda, pesquisadores de Oxford comentaram que a dose mais baixa pode ter sido mais eficaz pois pode refletir com mais precisão a resposta imunológica natural ao vírus, mas que isso demandaria mais investigação para saber com certeza. Os dados dos estudos ainda não estão completos e devem ser publicados em uma revista cientifica nos próximos dias.

Pangalos disse que o erro é “irrelevante” e foi além. “Qualquer que seja a forma de corte dos dados – mesmo que você acredite apenas nos dados de dose completa, dose total –, ainda temos eficácia que atende aos limites para a aprovação com uma vacina, que é mais de 60% eficaz”, explicou.