Inovação é a palavra-chave que está movendo as empresas nesses tempos de retomada após longo período de crise. Os departamentos de marketing das companhias, agências de propaganda e profissionais de criação estão focando nessa bandeira para colocar um passo à frente sobre a concorrência na valoração das respectivas marcas. Na semana passada mais de 300 de executivos estiveram reunidos durante o 8º Fórum de Marketing do LIDE para discutir exatamente qual a fórmula ideal para se destacar nesse sentido. Cases da chamada “Nova Economia” foram a sensação.

O Waze, por exemplo, contou que se diferenciou a partir de uma abordagem não convencional na criação de mapas indicativos de localização. “Buscamos a colaboração espontânea dos usuários”, lembrou André Loureiro, diretor-geral de publicidade do Waze no Brasil. “Não tínhamos como contratar um exército, nem como investir pesado em sistemas de sensores pelas cidades, e o caminho escolhido deu muito certo”. Na sua previsão, até 2020, uma terceira onda estará consolidada: a dos carros conectados de maneira ampla, incrementando o propósito da mobilidade. “Nosso objetivo é salvar ao menos cinco minutos do tempo das pessoas”, estabelece. Com 500 mil colaboradores voluntários, o aplicativo do Waze já se assemelha a uma corporação do tamanho da Ambev e da BRF – porém, não com o mesmo tamanho.

Loureiro, do Waze: “Nosso objetivo é salvar ao menos cinco minutos do tempo das pessoas” (Crédito:Gustavo Rampini)

No seu rastro, o portal de serviços Airbnb conquistou rapidamente usuários com a fórmula de hospedagem em casas e apartamentos particulares. Levantando a bandeira “Um jeito diferente de viajar”, e com a mesma proposta de atuar na chamada “economia colaborativa”, angariou em pouco tempo mais de quatro milhões de anúncios/unidades de hospedagem em 192 países e 65 mil municípios, abrigando cerca de 200 milhões de hóspedes desde a sua criação há oito anos. “Um levantamento nosso mostra que 75% das pessoas preferem gastar seu dinheiro numa grande experiência ao invés de fazer compras. Nós oferecemos essa experiência”, afirma Leonardo Tristão, presidente do braço nacional da Airbnb.

O Brasil já é hoje o país que mais cresce em demanda dentro da plataforma, contabilizando um milhão de usuários e movimentando cerca de R$ 2 bilhões em atividade econômica no segmento. Mesmo setores mais tradicionais estão tentando inovar para se diferenciar. No mercado financeiro, bancos como o Itaú bolaram produtos criativos para acompanhar um cliente cada vez mais exigente. “Fomos ouvi-los e percebemos que eles estão cada vez mais conectados, mais protagonistas, com um poder de sugestões impressionante”, diz Andrea Pinoti, diretora de inovação do banco.

Hoje, com mais de 50 milhões de clientes real time, o Itaú capturou e adotou propostas desse universo como a de criar um aplicativo mais leve, que não ocupasse tanta memória dos aparelhos. “O app Itaú Light nasceu de uma ideia dos consumidores”, admite Pinoti. “Assim como o Kidsbook, uma coleção de livros digitais que disponibilizamos para as famílias lerem juntas”. De uma maneira ou de outra, os dispositivos eletrônicos, especialmente os celulares, viraram a melhor ferramenta para que cada empresa amplie a gama de serviços e assim se diferencie. Além de facilitar a extração de informações dos consumidores, os aparelhos mobile viabilizam a geração de experiências rápidas e personalizadas.