A Ásia pode ter atingido um ponto de inflexão em sua trajetória como a oficina do mundo, afirmou nesta terça-feira o presidente do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda, citando o crescimento global anêmico e sinais de protecionismo no mundo.

As economias asiáticas costumavam se beneficiar da demanda de companhias estrangeiras por mão de obra barata e espaço para construção de fábricas. Mas esta era parece estar no fim por causa do baixo crescimento mundial e mudanças estruturais, afirmou o dirigente.

“O modelo asiático como oficina do mundo pode ter atingido um ponto de inflexão”, afirmou Kuroda em discurso em Tóquio.

O presidente do BoJ citou “sinais emergentes” de protecionismo e se referiu à alta da tarifa mundiais nos últimos anos e uma elevação das barreiras não-tarifárias, mencionada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Kuroda não mencionou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas previamente expressou temores sobre as posições do líder norte-americano.

Kuroda também afirmou que a China passa por uma mudança estrutural e que pode produzir algumas mercadorias sem importar partes do exterior, uma transformação que atingiu fornecedores da região. Ele afirmou que os esforços das multinacionais para expandir suas cadeias de produção ao redor do mundo parecem ter chegado ao fim, e que o setor de serviços “é a chave” para um novo modelo de crescimento da Ásia. Fonte: Dow Jones Newswires.