No maior evento mundial do varejo, organizado pela National Retail Federation, dos Estados Unidos, a discussão sobre diversidade, equidade e inclusão ganhou protagonismo em 2022. Segundo dados da Bloomberg, as mulheres movimentam 70% de todas as compras no mundo. E, conforme ganham espaço em cargos de gestão, erguem a voz para cobrar ambientes mais diversos e inclusivos no mundo corporativo. No Brasil, mulheres respondem por metade dos empregos no comércio. Mas apenas 16% ocupam cargos de liderança no setor, segundo pesquisa do Grupo Mulheres do Varejo. As empresas que ainda patinam nessa agenda têm um enorme desafio: atender à pressão de consumidores que exigem das marcas trazer seu discurso para a prática.

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Pelo último índice Bloomberg Gender-Equality Index (GEI), as mulheres estão na liderança de 31% dos conselhos de empresas globais. Das 13 companhias brasileiras que participaram da lista, há apenas uma representante do varejo: o Grupo Pão de Açúcar. Em 2021, o ranking do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar) mediu pela primeira vez a participação feminina na gestão do setor, trazendo outros nomes à lista. Renner, Hering e Marisa se destacaram, respectivamente, como as varejistas com maior participação de mulheres em cargos de liderança. Nenhuma, no entanto, na chefia de operações.

Para a investidora-anjo Flávia Mello, que fundou a plataforma Sororité, de apoio a marcas criadas e dirigidas por mulheres, a presença feminina em áreas dominadas por homens é o início da revolução nas empresas. Mas o caminho ainda é longo. Pesquisa da Catho revela que 40% das brasileiras sofreram algum tipo de discriminação no ambiente de trabalho. É desse grupo que vêm as cobranças por novas conquistas. E, cada vez mais, as retaliações às companhias que parecem ainda não ter entrado no século 21.