O Equador, que acaba de se retirar da Opep, paralisou o transporte de petróleo através de seus dois oleodutos principais, devido a protestos contra o aumento do preço dos combustíveis, informou o Ministério da Energia nesta quarta-feira.

“Se analisa declarar a eventualidade de força maior nessa infraestrutura”, para que o país não receba multas ao adiar embarques para exportação, informou a pasta em comunicado. Passam pelo duto 68% dos 531.000 barris por dia (bpd) produzidos.

Da produção registrada de janeiro a julho, o Equador exportou quase 72%, pelos quais recebeu cerca de 4,619 bilhões de dólares (a um preço médio de 57,07 dólares por barril).

Protestos sociais sobre o recente aumento de até 123% nos preços dos combustíveis mais usados no país nesta segunda-feira desencadearam a ocupação de “instalações por grupos de pessoas externas à operação” em três campos, cujas atividades foram “suspensas”.

Por isso, a produção caiu 31% (165.000 bpd), de acordo com o ministério. Em 2018, as vendas de petróleo bruto (69% dos 517.000 bpd explorados) geraram quase 7,9 bilhões de dólares (a US$ 60,55 o barril), segundo o Banco Central.

O Equador, que tem no petróleo bruto seu principal produto de exportação, paralisou as operações do Sistema de Oleoduto Trans-Equatoriano (Sote) por um “estoque baixo” nos depósitos da Floresta Amazônica, onde os manifestantes ocuparam instalações de hidrocarbonetos que resultaram em vários poços devem ser “desligados”, disse o ministério.

O país sul-americano também possui um oleoduto de propriedade privada, com capacidade de cerca de 450.000 bpd, usado para evacuar parte de sua produção dos campos da Floresta Amazônica para um porto no Pacífico para concluir o fornecimento a uma refinaria local e compromissos de exportação.