O Equador perdeu pelo menos 1 bilhão de dólares em decorrência dos recentes protestos indígenas, disse nesta segunda-feira (4) o gerente do Banco Central, Guillermo Avellán, após 18 dias de manifestações antigovernamentais que afetaram diversos setores.

“As perdas totalizam um montante de 1 bilhão de dólares, 775 milhões correspondem ao setor privado e 225 milhões correspondem a perdas no setor estatal, especificamente pelo setor petroleiro”, detalhou o funcionário ao canal Teleamazonas.

O Equador produziu 520.000 barris por dia (bpd) de petróleo em 12 de junho, um dia antes do início dos protestos com bloqueios de estradas, que levaram ao fechamento de mais de 1.000 poços na Amazônia, segundo o governo.

A produção de petróleo, principal ramo de exportação do país, caiu para menos da metade durantes as manifestações.

Na quinta-feira, governo e indígenas assinaram a denominada “ata de paz” para encerrar os protestos, e a extração de petróleo se recuperou para 461.600 mil bpd até domingo, segundo o Ministério da Energia.

Avellán expressou que antes dos protestos, liderados pela poderosa Confederação das Nacionalidades Indígenas (Conaie), o Banco Central “tinha previsto revisar para cima sua previsão econômica, que atualmente é de 2,8%”.

“As vendas locais vêm aumentando de maneira muito significativa e esse é o ritmo que devemos ter no segundo semestre para que o impacto das manifestações possa ser minimizado” na melhora econômica, acrescentou.

O crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) do Equador foi de 3,8% no primeiro trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021. De janeiro a março, foi de 0,4% em relação ao período de outubro a dezembro do ano passado.

A Conaie, que participou de revoltas que provocaram a queda de três presidentes entre 1997 e 2005, pedia uma redução de até 21% nos preços dos combustíveis mais utilizados, a moratória no pagamento de créditos de camponeses aos bancos e a suspensão das atividades de mineração e petróleo em territórios indígenas.

As manifestações, que deixaram seis mortos e mais de 600 feridos, cessaram após o Executivo reduzir o combustível em 8%.

Segundo Avellán, o país deverá destinar mais de 3 bilhões de dólares por ano para subsidiar os combustíveis. Após as reduções acordadas, um galão de diesel está custando US$ 1,75, enquanto a gasolina comum foi para US$ 2,40.