O Equador expressou à China seu “mal-estar” por uma frota pesqueira que se aproximou das ilhas Galápagos, cuja a fauna está protegida, e pediu para que mais de 200 embarcações mantenham a distância da reserva do arquipélago.

“Temos falado com nossos amigos chineses que este é um tema que o Equador vê com muito mal-estar”, disse nesta quarta-feira o chanceler, Luis Gallegos, em uma entrevista na Radio Centro.

Há duas semanas a Marinha do Equador alertou sobre uma frota pesqueira composta por 260 embarcações, que em sua maioria navegava perto das ilhas Galápagos.

Mesmo que os barcos estejam em águas internacionais, fora da jurisdição equatoriana, sua aproximação incomoda as autoridades.

Patrimônio Natural da Humanidade, o arquipélago conta com uma reserva marinha de 133.000 km2 que cobre todas as suas espécies.

“A frota pesqueira internacional se encontra fora da zona econômica exclusiva e a preocupação é que possam penetrar ou infiltrar-se na zona econômica exclusiva” de Galápagos, informou o ministro da Defesa, Oswaldo Jarrín, em uma entrevista no canal Teleamazonas, na terça-feira.

O chanceler afirmou que o tema das frotas pesqueiras “tem que entrar em um processo de negociação entre o Equador e a China” para que “não voltem a se repetir ciclicamente”.

“Temos iniciado os contatos com Pequim para formular a estrutura que teríamos para uma negociação. Confio que este tema será superado em um futuro próximo porque indubitavelmente é de interesse, não somente para o Equador, a proteção da herança de Galápagos e seu mar (…) É uma responsabilidade mundial”, garantiu Gallegos.

Em 2017 o Equador capturou dentro da reserva marinha de Galápagos um barco de bandeira chinesa com 300 toneladas de fauna marinha, incluindo espécies de tubarão em risco de extinção.

O presidente do Equador, Lenín Moreno, ordenou há um ano o deslocamento de embarcações e aviões militares para detectarem uma grande frota pesqueira de bandeira chinesa perto da zona econômica marítima de Galápagos.

Diante da presença de novas embarcações, Moreno criou uma equipe de trabalho que articula entidades públicas e privadas para desenhar uma estratégia de proteção para Galápagos e seus recursos marinhos.

Na reserva marinha de Galápagos já foram reportados mais de 2.900 espécies marinhas e dentro dela existe um santuário de 38.000 km2, entre as ilhas Darwin e Wolf, onde está a zona com a maior população de tubarões do mundo.

As ilhas Galápagos, localizadas no Pacífico a 1.000 km da costa equatoriana, tem um dos ecossistemas mais frágeis, com flora e fauna do mundo.