A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revisaram para baixo as projeções de carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) para este ano e passaram a prever um crescimento de 1,6% em 2017, abaixo dos 2,2% inicialmente previstos e dos 2,7% que passaram a ser projetados na primeira revisão quadrimestral, realizada em maio.

O gerente de Previsão e Acompanhamento da Carga do ONS, Fausto Pinheiro Menezes, comentou que o resultado da carga ao longo dos últimos meses não está sendo observado como se previa, o que obrigou as entidades a fazer uma “correção de rumo”. “(Em maio) tínhamos dado um passo à frente, e agora tivemos que dar um passo corretivo, porque está mais lento do que estava projetado”, comentou, durante apresentação em encontro promovido para discutir a 2ª Revisão Quadrimestral das Previsões de Carga para o Planejamento Anual da Operação Energética – ciclo 2017/2021.

Já as projeções de carga para 2018 e 2019 foram elevadas em 0,4 ponto porcentual (p.p.), para 3,5% e 3,6%, respectivamente, enquanto para 2020 a alta foi de 0,2 p.p, para 3,8%, e 2021 teve uma redução em 0,7 p.p., para 3,8%.

A EPE destacou que os sinais de recuperação da economia ainda não são muito

nítidos e, embora o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2017 tenha sido positivo, foi muito concentrado no setor agropecuário. Isso levou a entidade a revisar a evolução setorial para este ano, passando a contar com um maior crescimento do agronegócio e reduzindo as taxas da indústria e dos serviços.

O superintendente de estudos econômicos-energéticos da EPE, Jeferson Borghetti Soares, acrescentou, porém, que para 2018 a previsão é de um aumento gradual de setores eletrointensivos, como o siderúrgico e de alumínio. Além disso, se espera uma retomada maior do setor comercial para o ano que vem.

Considerando o consumo de energia propriamente dito (já que no cálculo da carga estão incluídas as perdas), a EPE trabalha com uma projeção de crescimento de 0,8% em 2017 e 3,4% em 2018. Na média para o ciclo 2017-2021, o consumo brasileiro deve crescer 3,1% ao ano.