A imagem do Japão remete sempre à tradição. Mas um segundo depois vem à mente a modernidade e as novas tecnologias. Assim, nos últimos anos o país dos samurais conviveu em perfeita harmonia com os bytes e bites. E foi unindo essas duas pontas que o Mitsubishi UFJ Financial Group, Inc. (MUFG), maior banco japonês e um dos cinco maiores do mundo, conseguiu passar pelo estresse causado pela pandemia. Obrigado a colocar todo seu pessoal em isolamento, o banco precisou migrar também seus processos para o mundo digital. A mudança não ocorreu sem algumas dores, claro. Mas o resultado obtido em 2021 mostrou que a unidade brasileira do MUFG, que está no país há 102 anos e reúne sob o mesmo guarda-chuva alguns bancos com três séculos de história, se deu muito bem. No balanço do último ano o lucro líquido do MUFG Brasil cresceu 112%, para R$ 50,9 milhões, ante os R$ 24 milhões apresentados no exercício de 2020. O lucro operacional chegou a R$ 99,7 milhões, 90,9% a mais que em 2020. Tudo isso apesar do desafio de colocar os sistemas nas plataformas digitais e da alta volatilidade econômica, segundo o vice-presidente do MUFG no Brasil, Eduardo Henrique Schultz. “A pandemia foi estressante para todos. Mas conseguimos acelerar a implantação de novas tecnologias e, com isso, expandir nossa linha de produtos. Seja em tesouraria, câmbio ou derivativos”, afirmou o executivo.

Ao incrementar seu portfólio de produtos e serviços, prestados a muitas empresas japonesas instaladas no Brasil, o MUFG conseguiu manter 100% dos funcionários trabalhando de forma remota.

112% foi o avanço no lucro da unidade brasileira do banco

SIMPLIFICAÇÃO digitalização ajudou a simplificar processos. Hoje os clientes do MUFG conseguem fazer a maioria dos processos de forma online, como cotações, procedimentos para importação e exportação, acompanhando tudo em tempo real. “Trabalhamos muito com exportadores e importadores, num mercado onde a maior parte trabalhava em esquemas tradicionais. Mas a migração para o digital foi muito bem aceita”, disse o vice-presidente do banco. Agora o grupo japonês quer atrair mais capital externo para investimentos em energia, commodities, agribusiness. Tudo dentro de uma estratégia sustentável. “O Brasil cresce pouco e precisa de mudanças estruturais, mas continua sendo atraente e, como um banco global que conhece o país há 100 anos, podemos ajudar”, disse. Na prática, a tradição continua sendo a base, mas, o futuro é sempre muito bem-vindo.