Os socorristas mandaram evacuar na manhã de domingo (noite de sábado, 7, no Brasil) a área da caverna onde doze crianças e seu treinador de futebol estão presos há duas semanas para poder “ajudar as vítimas”, sinalizando possivelmente o início de uma aguardada operação para a retirada dos jovens do local.

A ordem inesperada ocorreu um dia depois de o chefe da missão de socorro afirmar que as condições estavam perfeitas para o começo da evacuação e ante temores de que as chuvas esperadas para os próximos dias possam frustrar o plano.

Além disso, responde a uma irritação com o aumento da presença da imprensa no local – mais de mil jornalistas estão credenciados para cobrir as operações.

As proximidades da entrada da caverna estão tomadas por jornalistas, voluntários e curiosos desde que a operação começou e a paciência parece estar se esgotando.

O chefe da missão de resgate, Narongsak Osottanakorn, disse nos últimos dias que equipes médicas têm reclamado da presença da imprensa e alertado de que isto “será um problema se tiverem uma situação de emergência real”.

“Todos os que não estão implicados na operação devem sair da área imediatamente”, anunciou a Polícia em um sistema de alto-falantes na entrada da caverna.

“Para avaliar a situação, nós precisamos usar a área para ajudar as vítimas”, emendou.

Eles deram prazo até as 9h00 locais (23h00) para liberar o local, provocando imediata mobilização.

No entanto, as autoridades não esclareceram se os complexos esforços para retirar o grupo através de um arriscado mergulho pelos sinuosos corredores da caverna Tham Luang, no norte da Tailândia, haviam começado.

No começo da semana, o chefe da operação de resgate havia dito que os meninos não estavam prontos para fazer o mergulho, mas no sábado ele sugeriu que haveria uma janela para tentar a travessia.

“Agora e nos próximos três a quatro dias, as condições são perfeitas (para a evacuação) em termos de água, de clima e da saúde dos meninos”, havia dito Narongsak a jornalistas na ocasião.

Fortes e persistentes chuvas podem fazer o nível da água subir dentro do recinto onde os meninos se refugiaram, reduzindo a área a “menos de 10 metros quadrados”, acrescentou, citando estimativas de mergulhadores de cavernas e especialistas.

Mas a morte de um ex-mergulhador da Marinha tailandesa, que ficou sem oxigênio dentro da caverna na sexta-feira ressalta os riscos da jornada inclusive para profissionais experientes.

Neste sábado, outros dez membros da missão de resgate – parte de uma equipe encarregada de explorar a montanha em busca de chaminés que pudessem levar até a caverna – se feriram quando o carro em que viajavam caiu de um penhasco.

Não se acredita que seus ferimentos tenham sido sérios.

O time dos “Wild Boars” estão confinados desde 23 de junho na caverna Tham Luang, onde entraram após um treino e ficaram presos após a inundação do local.

O drama dos meninos é acompanhado na Tailândia e no resto do mundo, atraindo para os arredores da caverna jornalistas, voluntários e curiosos desde que a operação começou.