Olhe para o espaço. O ano vai aglutinar projetos e atrair olhares para fora de nosso dia a dia no planeta Terra. Depois dos voos acima da linha de Kármán, considerado o limite entre atmosfera terrestre e o espaço, com turistas e civis, como o da SpaceX e a Inspiration 4 de Elon Musk em setembro, os dois da Blue Origin de Jeff Bezos, um julho e outubro, e um da Virgin Galactic, em julho com o dono, Richard Branson, espere para 2022 muito mais. Só Musk tem 34 lançamentos planejados, e ao final do ano a NASA fará com ele o primeiro pouso de uma nave na Lua, no que será um dos testes para finalmente retornar o homem ao satélite.

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Segundo informações da Space Capital, US$ 14,5 bilhões foram investidos em infraestrutura espacial como um todo em 2021, um crescimento de 50% em relação aos US$ 9,8 bilhões do ano anterior. E US$ 25 bilhões em todas as tecnologias espaciais. Espera-se um crescimento por volta de 25% para 2022. Será um bom ano para investir no meio, já que se espera que o custo de lançamento de satélites, por exemplo, caia de US$ 200 milhões para US$ 60 milhões – avançando para depois de 2022, talvez se chegue a um valor de US$ 5 milhões por disparo, graças aos foguetes reusáveis. O preço dos satélites também vai cair, de US$ 500 milhões para US$ 500. A bola da vez para investimentos, segundo especialistas, é a SpaceX, que eles esperam criar um novo desenvolvimento em estrutura e completamente alterar a maneira como operamos no espaço.

Já a Blue Origin espera atrair muitos pagantes para sua jornada turística no Blue Origin e New Shepard em 2022. O número de lançamentos no deserto do Texas? Depende da quantidade de financiadores para seu foguete reusável, que assim que chega ao espaço é solto e permanece por vários minutos com os passageiros em sensação de sem peso, até descerem à Terra. Certamente 2022 vai superar 2021, que teve 13 missões e voos espaciais com humanos e três companhias privadas com marcos históricos no setor.

A NASA não vai ficar atrás e, em conjunto com a parceira de velha data Boeing, vai lançar um foguete gigantesco de 98 metros, maior que a Estátua da Liberdade, na missão Artemis, que fará um voo flyby pela Lua – o conceito-teste levará futuramente pessoas para viverem e trabalharem fora da Terra. Os pioneiros soviéticos não vão ficar atrás e enviarão a Luna 25, da estatal Roscosmos, para perfurar o solo em busca de gelo, em julho.

E esses voos perto da Lua serão também testes para novamente pousarem por lá, provavelmente em 2023. Bem ficção, não? A NASA está trabalhando na infraestrutura para ser instalada na Lua, não se preocupe, e várias empresas enviarão cargas em 2022, incluindo uma que despejará as cinzas do escritor de ficção-científica Arthur C. Clarke pelo solo branquinho.

Falando em Clarke, pela primeira vez uma espaçonave vai chegar realmente perto da lua Europa, satélite de Júpiter, descrita no segundo livro do autor, 2010: Uma Odisseia no Espaço 2, como um lugar misterioso, em que uma civilização vive. Júpiter, aliás, terá sua vez na exploração espacial: os europeus vão mandar sua Icy Moon Explorer para explorar três luas do maior planeta do Sistema Solar.

A NASA mandou novos óculos para o espaço, o James Webb, e esse enxerga longe. O sucessor do telescópio Hubble tem como missão observar as primeiras estrelas, no que seria o berçário do universo. Com seus belos painéis amarelos, já está desde 24 de janeiro deste ano em posição, a 1,6 milhão de quilômetros da Terra, e prestes a mandar imagens nunca vistas do nosso arredor.