Depois da exclusão de 7 bancos russos do sistema financeiro internacional, o Swift, a União Europeia considera excluir também as instituições financeiras de Belarus. A ideia é excluir os países do sistema de pagamentos internacionais a fim de isolar as economias e instituições financeiras que fomentam a guerra na Ucrânia.

Belarus é dos poucos países que apoiam Moscou na invasão sobre o território ucraniano, que completa uma semana nesta quinta-feira (3). O país também recusou – ao lado de Coreia do Norte, Eritreia e Síria – endossar a resolução da Assembleia-Geral da ONU que condena a Rússia pela guerra.

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Mas, afinal, o que é o Swift?

Fundado na Bélgica em 1973, o Swift é a sigla em inglês para Sociedade de Telecomunicações Financeiras Mundial. O sistema, regido por uma sociedade cooperativa autônoma, padroniza as informações financeiras mundiais e permite a transferência de dinheiro entre bancos em todo o mundo.

O Swift conta, atualmente, com 11 mil instituições financeiras conectadas em mais de 200 países. Em 2021, foram processadas 42 milhões de mensagens diárias no sistema. O Swift opera como um serviço que padroniza mensagens e informações financeiras, mas não é um sistema de pagamentos.

A exclusão, na prática, força as instituições financeiras russas a negociarem diretamente o sistema de pagamento com o parceiro comercial. Para importar carne do Brasil, por exemplo, a Rússia precisará realizar cada transação financeira de maneira individual e fazer pagamentos individuais a cada banco, de maneira direta. Isso dificulta e atrasa as transações financeiras.

A União Europeia optou por não excluir dois bancos russos do Swift: o Sberbank, maior credor da Rússia, e o Gazprombank garantem o pagamento de petróleo e gás natural que abastece principalmente Alemanha e Itália. Os países europeus temem um desabastecimento energético com o conflito na Ucrânia, o que foi mantido.

“A decisão de desconectar esses bancos russos da rede Swift enviará mais um sinal muito claro a Putin e ao Kremlin”, declarou Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia. O bloqueio dos bancos russos entra em vigor a partir de 12 de março.

A exclusão de instituições russas do Swift, no entanto, gera preocupações em alguns países. O porta-voz do governo alemão declarou que a ação terá impacto nas transações à Alemanha e às empresas alemãs na Rússia.

Já o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, afirmou que o Swift “é a arma nuclear financeira. Alguns estados têm reservas, mas a França não é um deles”.

A Rússia, por outro lado, desenvolve seu próprio sistema de transferências internacionais desde 2014: trata-se do Sistema de Transferência de Mensagens Financeiras do Banco da Rússia, o SPFS, que pode funcionar como um concorrente do Swift.