O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central iniciou nesta terça-feira (2) a reunião para definir a nova taxa básica de juros, a Selic. Como esperado, a nova taxa foi divulgada nesta quarta-feira (3) com um aumento de 0,50 ponto percentual. Agora, a Selic passou de 13,25% para 13,75% ao ano. Esse foi o 12º aumento consecutivo da taxa.

“O Comitê avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião”, afirmou comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado pela autarquia. Com a decisão, o BC levou a Selic a um patamar 11,75 pontos acima da mínima histórica de 2% ao ano, atingida em meio à pandemia de Covid-19 e que vigorou até março do ano passado.

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Mas o que é a Selic e como ela impacta a sua vida? A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e influencia todas as operações financeiras feitas no país, incluindo as que você faz no seu dia-a-dia.

Dessa maneira a Selic afeta investimentos como o Tesouro Direto, a renda fixa e também a caderneta de poupança. Ela impacta também nos juros cobrados em financiamentos e empréstimos, sejam eles de grande valores ou mesmo aquela compra que você parcelou em dez vezes no cartão de crédito, com os valores das parcelas ficando maiores se houver alta na Selic.

Alta na Selic

O aumento na Selic é uma tentativa de controlar a inflação ao diminuir o ritmo da economia. Dessa forma, os juros mais altos diminuem o acesso ao crédito, que se torna mais caro. Assim, aquela compra parcelada e também o cheque especial se tornam mais onerosos para quem utilizá-los.

Isso faz com que exista menos dinheiro circulando na economia, as pessoas gastam menos, diminuindo a demanda por produtos e levando os preços a caírem. Por outro lado, um aumento exagerado na Selic pode levar a uma recessão, com o fechamento de vagas de trabalho e a diminuição da renda da população.

Inflação e juros em alta no mundo

Essa tendência de inflação e juros altos não é uma exclusividade do Brasil. Está sendo vista em todo o mundo como reflexo da pandemia e da guerra na Ucrânia, dois vilões da economia global nos últimos anos.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve System (FED) atua como o nosso Banco Central no controle da economia do país. No dia 28 de julho, o FED anunciou a alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros norte-americana, a quarta consecutiva, na tentativa de frear a inflação na terra do Tio Sam. Assim, os juros por lá estão entre 2,25% e 2,5%.