A cantora Anitta fez uma publicação em suas redes sociais informando que fará uma cirurgia para amenizar os efeitos da Endometriose, doença que afeta seu organismo há nove anos. Silenciosa e dolorosa, a endometriose causa diversos problemas na vida da mulher. É uma doença inflamatória, causada por células do endométrio que, em vez de serem expelidas durante a menstruação, se deslocam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade abdominal, onde voltam a se multiplicar, provocando sangramento.

No Brasil, a doença atinge cerca de 7 milhões de mulheres, resultando aproximadamente em uma a cada dez mulheres em idade reprodutiva. Levantamento da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE) revela ainda que mais de 60% das mulheres desconhecem os sintomas do problema.

Muito frequente no período reprodutivo, a doença atinge desde a adolescência até a transição para a menopausa. A mulher pode apresentar cólica intensa durante a menstruação e, na endometriose, esse sintoma é constante e progressivo, vai aumentando a intensidade e geralmente começa mais tardiamente.

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Outros sintomas que também podem ser sinais de alerta para a doença são dor e sangramento intestinais e urinários durante o período menstrual, dor durante relações sexuais, dificuldade para engravidar e a infertilidade.

“O acompanhamento ginecológico é uma regra, os exames anuais são essenciais para o diagnóstico de diversas patologias. E quando falamos em endometriose, envolve até mesmo o planejamento familiar, já que a doença pode causar a infertilidade e ela vem de forma silenciosa”, afirma a ginecologista e obstetra Carolina Curci.

A endometriose não tem uma causa definida, mas sugere que tenha relação com histórico familiar e deficiência imunológica.

“Cada caso é um caso, cada organismo age de uma forma, e na maioria das vezes percebemos que o problema está acontecendo devido ao fluxo errado da menstruação, onde o tecido do endométrio aparece em outras regiões e não dentro da cavidade uterina”, explica a médica.

Para tratar a endometriose, inicia-se com o bloqueio do hormônio estrogênio, fisiologicamente ativo, por meio de progestagenos e anticoncepcional, assim os ovários não produzem estrogênios.

A segunda linha é tratar a dor pélvica, geralmente com analgésicos e anti-inflamatórios, de acordo com a intensidade e a localização da dor. “Se as queixas da paciente vêm acrescidas da dificuldade de engravidar, aí apresentamos os tratamentos de reprodução assistida (RA)”, explica o médico ginecologista Rodrigo Hurtado, da clínica Origen BH e professor do Departamento de Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).