O ex-presidente das Americanas Sergio Rial contou em um depoimento na sua página no LinkedIn como conseguiu descobrir o rombo de R$ 20 bilhões na empresa, que já está sendo conhecido como um dos maiores escândalos contábeis do país. 

Ele explicou que, após aceitar o cargo de presidente, começou a realizar entrevistas com os executivos da varejista para descobrir quais seriam as novas perspectivas da empresa. Nelas, Rial conta que “informações e dúvidas foram compartilhadas e com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo CFO, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade”, contou. Ele ainda declarou que quaisquer teorias diferentes disso são leviandades. 

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“Portanto, com a conclusão do diagnóstico inicial, surgiu a necessidade premente de correção de rota. E essa correção partiu da transparência e do apoio incondicional que recebi do CA e dos acionistas de referência”, disse no post.

Empresa foi acusada de má-fé 

Na última sexta-feira (14), a Americanas conseguiu na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro uma liminar que a protege dos credores e lhe dá 30 dias para pedir a recuperação judicial. De acordo com analistas do mercado, os bancos BTG, Bradesco e Santander são os principais expostos à dívida da varejista.

O BTG reagiu de forma firme ao pedido na segunda-feira (16) e fez duros ataques aos acionistas de referência da empresa. “É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude”, diz o documento de agravo do BTG ao tribunal, que não foi aceito. 

Já o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, chamou a situação de “imprevisível”, e reforçou que a exposição do banco é pequena e “não requer preocupação”. O conglomerado financeiro detém cerca de R$ 5 bilhões a receber da varejista.