A postura de representantes da AES na Eletropaulo desagrada acionistas minoritários, que reclamam estar só no papel a migração da companhia para o Novo Mercado, segmento de mais elevadas práticas de governança corporativa da B3, e sua transformação em “corporação”. Uma reclamação formal foi encaminhada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) criticando o “duplo chapéu” desses representantes, como administradores da empresa e representantes do controlador no conselho de administração, além da falta de equidade com os demais acionistas.

Dança de cadeiras
A insatisfação se deu após a AES, com cerca de 17% da Eletropaulo, sugerir a convocação de uma assembleia extraordinária (AGE) de acionistas para votar a antecipação da nova composição do conselho de administração da distribuidora, com a redução do número de conselheiros de 11 para nove, e encerramento do mandato dos suplentes, embora houvesse prazo até abril para que isso ocorresse. A AES sugere que a antecipação deveria se dar com a permanência de seis conselheiros, dos quais dois independentes, para garantir estabilidade à administração, e substituição em três cadeiras.

Ressaca
A AGE foi marcada para 2 de janeiro, apesar do voto contrário dado por três conselheiros, e pode ser suspensa, a depender do entendimento da CVM. A reunião também deve votar alterações no estatuto, como a que, a critério do Conselho, possa ser realizada emissão de ações, sem direito de preferência ou com redução do prazo. Procurada, a Eletropaulo informou que não comenta deliberações de seus conselheiros de administração ou acionistas, mas afirmou que sua diretoria executiva cumpre o que dispõe a regulamentação, no que diz respeito a não privilegiar um acionista em detrimento do outro.