Os primeiros meses de 2019 não têm sido bons para os investidores da Coca-Cola. A produtora do refrigerante mais popular do mundo teve uma das piores baixas do ano no S&P 500, índice que reúne as ações de grandes companhias no mercado financeiro dos Estados Unidos, e acumulou queda de 4% desde janeiro.

A retração não é tão significativa a ponto de causar alarde, mas vai na contra-mão do bom momento da S&P 500, que somou alta de 12% no mesmo período. Para piorar, as ações da sua principal rival, a Pepsi, valorizaram 6% desde o início do ano, informou a CNN.

A Coca-Cola fez uma série de investimentos e diversificou seus produtos nos últimos anos, como o lançamento de um novo sabor de baunilha e laranja, a compra por US$ 5 bilhões da rede britânica de cafés Costa e a aquisição de ações em outras empresas de bebidas.

Mesmo com a diversificação, a Coca-Cola foca exclusivamente no segmento de bebidas, ao contrário da Pepsi, que também é gestora de produtos alimentícios, como Doritos e a Cheetos. As marcas de salgadinhos tiveram forte alta nos últimos anos e hoje correspondem a uma grande fatia dos lucros da produtora de refrigerantes.

Segundo os analistas, apesar da constante movimentação da Coca-Cola, os lucros devem vir de forma lenta. O fortalecimento do dólar também não ajudou a companhia, já que o aumento da moeda norte-americana torna os produtos da multinacional menos competitivos no exterior.

O cenário econômico previsto para os próximos meses não aponta uma melhora para a fabricante de refrigerantes no curto prazo. Assim como a maior parte das multinacionais, a companhia também deve ter dificuldades com a iminente desaceleração da China e o esfriamento das negociações globais. A empresa ainda precisa enfrentar a crescente resistência das novas gerações para bebidas calóricas e com pouco teor nutritivo. Diante de todos os impasses, uma das maiores corporações do mundo vai precisar se reinventar para não perder o gás diante das demandas de uma nova sociedade e mercado.