Em resposta à carta enviada ontem pela AES Tietê alegando que a Eneva não encaminhou as informações necessárias para análise da combinação dos dois ativos pelo seu conselho de administração, a geradora térmica enviou nesta quinta-feira, 26, para o mercado, comunicado rebatendo os argumentos da empresa americana e dizendo que vem prestando todas as informações solicitadas.

“Primeiro, cumpre-nos registrar a surpresa que se imprime na Carta AES, que difere largamente da forma como a AES Tietê e a Eneva vêm se comportando até o presente momento”, segundo consta na carta da Eneva, que não é assinada.

As diferenças ficam claras nas terminologias usadas pelas duas empresas para tratar a operação: enquanto a AES Tietê classifica a proposta da Eneva como uma incorporação e aquisição e a trata como uma oferta hostil, a geradora térmica se refere ao negócio de forma mais amigável, como uma combinação de ativos.

No documento, a Eneva alega que, na reunião realizada entre as duas diretorias no dia 19 de março, todos os aspectos relevantes da transação foram discutidos por mais de duas horas, e que os seus assessores “vêm pro ativamente interagindo com os assessores da AES Tietê”. Além disso, a geradora térmica ponderou que muitas das informações solicitadas pela geradora hídrica são públicas e se encontram disponíveis no formulário de referência para consulta.

Apesar de entender que a análise da operação não depende da análise de informações não públicas das duas empresas, a Eneva concordou em assinar o acordo de confidencialidade solicitado pela AES Tietê. “Quanto a detalhes regulatórios, fiscais e de estrutura, convidamos os assessores legais da AES Tietê para uma reunião eletrônica a ser realizada em 30 de março, no horário de sua melhor conveniência, para darmos continuidade à apresentação da estrutura por nós proposta para a implementação da operação”, propôs a Eneva.

A geradora térmica encerra o documento reforçando o seu entendimento de que a “proposta é altamente benéfica a todos os acionistas de ambas as companhias”, e se coloca à disposição para avaliar em conjunto com a administração da AES Tietê “outras possíveis formas de implementação da operação, sempre visando obter o melhor resultado para as companhias envolvidas e seus respectivos acionistas”.