A Eneva afirmou, em resposta a questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que vai levantar o montante de R$ 2,75 bilhões para a operação com a AES Tietê por financiamento bancário até que seja possível refinanciar o montante “em condições melhores no mercado de debêntures”, após a pandemia do coronavírus.

“É de se esperar que, neste momento, a Companhia opte por utilizar linhas de crédito tradicionais com instituições financeiras, mantendo os empréstimos até que as condições do mercado de capitais brasileiro se tornem mais atrativos e permitam melhores condições para eventual refinanciamento”, afirmou a Eneva em comunicado ao mercado enviado há pouco.

O diretor de finanças da Eneva, Marcelo Habibe, afirma que a companhia tem condições de fazer a operação. A proposta da Eneva envolve um valor de R$ 6,6 bilhões, sendo 60% em ações da nova companhia e 40% em dinheiro. “Apesar de a Companhia ter situação confortável de caixa e equivalentes de caixa (R$ 1,788 bilhão conforme demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2019), é normal e esperado pelo mercado que, em operações desse tipo, a Companhia, para otimizar os recursos, busque financiamento para parte ou totalidade dos valores a serem pagos”, afirma a Eneva.

As duas companhias enfrentam imbróglio acerca do negócio há dias. A AES alega que a Eneva não apresentou informações relevantes suficientes para a continuidade da negociação entre as duas companhias, o que a Eneva nega. A Eneva classifica como “combinação de ativos”, enquanto a AES Tietê fala em “incorporação e aquisição”.