RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Enauta pretende ir ao mercado para adquirir campos no mar ou em terra já em produção para aumentar seus volumes de petróleo no curto prazo e se tornar entre 2025 e 2026 a maior produtora independente do país, disse à Reuters nesta terça-feira o diretor-presidente da empresa, Décio Oddone.

Ainda não há um orçamento definido para a aquisição desses ativos, disse ele, de modo que os investimentos para atingir a meta de se tornar protagonista entre as petroleiras independentes dependerão das oportunidades.

“O ideal é fazer isso de forma gradual, a não ser que surja uma oportunidade imperdível e tentadora. Não temos um objetivo numérico ou volumétrico, mas a Enauta quer ser a independente mais relevante do mercado brasileiro até 2025, 2026”, disse o executivo durante a feira Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro.

“A gente pode até acessar mercado de capitais para isso. Vai depender da oportunidade” frisou Oddone.

A empresa tem ativos em sete bacias, segundo informações do site da companhia, entre elas Foz do Amazonas e Pará-Maranhão, localizadas na Margem Equatorial, área de grande potencial produtivo ainda inexplorado na costa brasileira por ser ambientalmente sensível.

A petroleira tem produção de gás no campo de Manati, na Bacia de Camamu, no litoral da Bahia, e de óleo no campo de Atlanta, em águas profundas da Bacia de Santos.

O executivo afirmou que Atlanta “está a pleno vapor” para a instalação do sistema definitivo, e a previsão é que em meados de 2024 já haja produção com capacidade diária de 50 mil barris de petróleo.

“Vamos começar a perfurar em outubro, e a sonda já está liberada e deve começar no fim de outubro”, afirmou Oddone.

“Serão três poços começando agora em 2022 e avançando até o primeiro semestre de 2023. No fim de 2023, a plataforma sai de Dubai e chega aqui em meados de 2024 e fica operacional, para já atingir 50 mil barris/dia”, explicou ele.

O executivo descartou a possibilidade de venda de Atlanta, afirmando que a empresa “confia muito na capacidade de entrega e rentabilidade” do ativo.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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