Depois de um ano e meio de paralisação das atividades, os cruzeiros brasileiros preparam-se para voltar à temporada 2021/22. Seguindo modelos dos Estados Unidos e Europa, que já voltaram, empresas brasileiras buscam adequar suas infraestruturas para oferecer viagens internacionais seguras em relação à Covid-19. Há expectativa de que sete navios deixem a costa brasileira entre novembro de 2021 e abril de 2022.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente da Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos, Marco Ferraz, encontrou-se com os ministros Marcelo Queiroga (Saúde) e Gilson Machado Neto (Turismo) no último dia 5 para discutir as medidas de proteção desenvolvidas.

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São elas: testes PCR antes e durante as viagens, check-in online, álcool gel à disposição, reserva de cabines para possíveis quarentenas, pulseiras para detecção de aglomeração e aumento da temperatura, novo sistema de ventilação e a possibilidade de levar imediatamente um passageiro ao hospital. Os estabelecimentos comerciais que receberão os turistas serão reservados com exclusividade, e o entretenimento será adaptado aos protocolos sanitários.

Os operadores de turismo de cruzeiros acreditam que o retorno das atividades gere aproximadamente 35 mil empregos diretos e indiretos, com um impacto na economia estimado em RS$ 2,5 bilhões.

As empresas ainda aguardam o aval definitivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que vai considerar o estágio da pandemia no final deste ano: taxa de incidência de coronavírus, letalidade, transmissão, cobertura das vacinas, ocupação de leitos de hospital e o registro de variantes de preocupação.

A Costa Cruzeiro oferece viagens saindo do Rio de Janeiro, Santos, Salvador e Itajaí. Uma viagem que parte da capital fluminense e passa pela Ilha Bela, Montevidéu e Buenos Aires, entre 30 dezembro e 6 de janeiro de 2022, sai pelo preço de R$ 5.452.

Passageiros querem retomar viagens

A oferta também acompanha a demanda. O estudo de pós-doutorado “Protocolos para a retomada da indústria de cruzeiros e o que pensam os brasileiros”, da pesquisadora Ana Lúcia Rodrigues da Silva, da Puc do Rio de Janeiro, e antecipado ao jornal O Globo, afirma que a maioria dos potenciais passageiros considera os cruzeiros como opção às férias, desde que com a vacinação completa.

Foram entrevistadas 412 pessoas entre 13 de abril e 13 de maio.

Confira as principais conclusões:

– 50,1% querem viajar na primeira oportunidade que tiverem;
– 66,5% só entram em um cruzeiro completamente vacinados contra a Covid-19;
– 48,3% só embarcar em um cruzeiro com o fim da pandemia;
– 64,8% não se importam em seguir os procolos de saúde, como fazer testes de Covid-19, usar máscaras e higienizar as mãos;
– 47,5% acham que o distanciamento social não tira o prazer da viagem – 33,1% discordam;
– 73,9% acreditam que cruzeiros com capacidade reduzida de passageiros são mais seguros
– 58% acham que cruzeiros sem parada sejam mais seguros;
– 47,7% têm receio em viajar em um navio que já registrou surtos e/ou morte por Covid-19;