Papéis avulsos

A retomada das aberturas de capital se adiantou ao segundo turno das eleições. Na semana passada, o banco BMG, que tem Flávio Pentagna Guimarães como principal acionista, e a empresa de tecnologia Tivit entraram com pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O banco mineiro pode levantar atéR$ 2 bilhões, em um lançamento previsto para 18 de dezembro. Já a Tivit, que presta serviços de infraestrutura em tecnologia em dez países da América Latina, pretende dar liquidez aos sócios. O valor da venda de ações não foi divulgado. Além deles, a empresa elétrica Light deve realizar uma captação suplementar vendendo R$ 2,1 bilhões em ações. Somados, esses cerca de R$ 4 bilhões equiparam-se às três captações do primeiro semestre, quando o Banco Inter e as operadoras de planos de saúde Hapvida e Notre Dame Intermédica movimentaram R$ 6,75 bilhões. Para comparar, em 2017 as ofertas ultrapassaram R$ 14 bilhões.

 

Celulose

Resultado da Fibria avança 52%

A fabricante de celulose Fibria lucrou R$ 1,13 bilhão no terceiro trimestre, o que representa alta de 52% na comparação anual. O resultado reflete o aumento de 25% na produção, que atingiu 1,8 milhão de toneladas. Outro fator positivo para a companhia foi a valorização de cerca de 25% do dólar sobre o real, uma vez que parte relevante da sua receita provém de exportações. O desempenho operacional medido pelo Ebitda subiu 160% em relação ao mesmo período do ano passado e atingiu R$ 3,2 bilhões, o maior valor da história da companhia. As ações sobem 52,7% no ano.

 

Bens de capital

Weg lucra R$ 381 milhões no 3º trimestre

A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg lucrou R$ 381,4 milhões no terceiro trimestre, alta de 22,2% na comparação anual. A receita líquida avançou 32,9% para R$ 3,24 bilhões. O resultado reflete o desempenho positivo das vendas domésticas, que subiram 36,4% para R$ 1,38 bilhão, puxadas por novos negócios, como as usinas de energia solar e os benefícios da aquisição da fabricante de turbinas TGM, em dezembro de 2016. A receita proveniente de negócios no exterior avançou 30,5%, para R$ 1,86 bilhão. As ações sobem 4,85 no ano.

 

Touro x Urso

O desempenho negativo das bolsas americanas pressionou o mercado doméstico e os investidores decidiram embolsar os ganhos recentes. O quadro eleitoral também segue no radar, e a leve redução da vantagem de Bolsonaro nas pesquisas contribuiu para a queda da Bolsa. Até quarta-feira 24, o Ibovespa acumulava queda de 1,37% na semana. No ano, o índice avança 8,7%.

 

Destaque no pregão

Leilão de distribuidora da Eletrobras é adiado

O leilão da distribuidora de energia da Eletrobras na Amazônia, a mais deficitária do portfólio da estatal, estava marcado para a quinta-feira 25, mas foi adiado para o dia 27 de novembro. A nova data reflete a rejeição do Senado a um projeto de lei que direciona a solução para os passivos da companhia, o que é fundamental para atrair interessados na sua compra. A Eletrobras, presidida por Wilson Ferreira Júnior, já conseguiu vender quatro distribuidoras endividadas, e a comercialização dessa última é imprescindível para o processo de privatização. Caso não consiga se desfazer do ativo, a estatal terá de liquidá-lo, em uma operação que custaria R$ 14 bilhões. É uma alternativa pouco viável, uma vez que o valor de mercado da Eletrobras hoje é cerca de R$ 26 bilhões.

Palavra do analista:
De acordo com a equipe de análise da XP Investimentos, a expectativa para a companhia é positiva no médio e no longo prazo. “O presidenciável Jair Bolsonaro já manifestou interesse em privatizar os ativos de distribuição da Eletrobras”, aponta relatório. No ano, as ações sobem 14,8%.

 

Energia

Cosan pode se tornar controladora da Rumo

A Cosan, que atua nas áreas de energia, logística e infraestrutura, avalia a possibilidade de incorporar a empresa de logística Cosan Log nos próximos 12 meses. Caso a operação se concretize, a empresa se tornaria controladora direta da concessionária de ferrovias Rumo. O objetivo é reduzir custos operacionais. As ações da Cosan caem 12,6% no ano.

 

 

Mercado em números

PETROBRAS
R$ 549 milhões – É o montante que a fornecedora de plataformas holandesa SBM Offshore, acusada de irregularidades na Operação Lava Jato, pagou à estatal em meio ao acordo de leniência

JHSF
R$ 450 milhões – É o valor que a administradora de shoppings vai pagar em dívidas com recursos da venda de ativos à XP Investimentos

ROMI
R$ 15,6 milhões – Foi o lucro da companhia de autopeças no terceiro trimestre, avanço de quase 80% em doze meses

VALID
R$ 6,5 milhões – É o valor que a empresa de tecnologia pagou para adquirir a Agrotopus, companhia que oferece soluções para o agronegócio

CESP
8,50% – É atual percentual da Squadra Investimentos na companhia elétrica.
O fundo tinha 4,75% de participação e elevou a cifra comprando 17 milhões de ações preferenciais