Por Carolyn Cohn e Nina Chestney

LONDRES (Reuters) – As empresas de energia europeias Centrica e Galp, o grupo de alimentos Nestlé e o relojoeiro Swatch estão entre as 50 empresas em todo o mundo que estão altamente expostas a riscos climáticos físicos, disseram nesta quinta-feira investidores com 10 trilhões de dólares em ativos.

As empresas, que estão envolvidas em energia e mineração, alimentos, produtos farmacêuticos ou fabricação de tecnologia ou transporte e serviços públicos, estão mais expostas à questões como inundações do que outras empresas em seu setor e região, disse o Grupo de Investidores Institucionais sobre Mudanças Climáticas (IIGCC, na sigla em inglês).

Em uma carta de mais de 50 membros do IIGCC a companhias europeias, asiáticas e dos EUA, os investidores pediram às empresas que identificassem adequadamente e respondessem a eventos como enchentes, secas e calor extremo.

O IIGCC também publicou um conjunto de expectativas para todas as empresas sobre a construção de resiliência aos riscos físicos das mudanças climáticas, incluindo testes de cenários e relatórios em relação a um conjunto de métricas de risco.

As empresas estão sob pressão de ativistas e investidores para reduzir suas emissões de carbono, com a Shell planejando apelar a uma decisão histórica sobre a questão.

Mas os riscos físicos para uma empresa podem ser esquecidos, disse Marion Maloney, chefe de Investimento Responsável e Governança do Fundo de Pensão da Agência Ambiental britânica.

“Achamos que há duas partes no debate sobre as mudanças climáticas –muitas vezes o elemento de risco físico é o primo pobre que não recebe atenção suficiente”, disse ela.

“Quero que todas as empresas em meu portfólio estejam de acordo com essas expectativas.”

Outros investidores que assinaram a carta incluem AustralianSuper, Impax Asset Management e Lombard Odier.

(Reportagem de Carolyn Cohn e Nina Chestney)

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